O Sistema Único de Saúde passará a oferecer o primeiro
medicamento para tratar os sintomas do autismo. O medicamento, conhecido como
Risperidona, será incorporado pelo Ministério da Saúde na rede pública e irá
auxiliar na diminuição das crises de irritação, agressividade e agitação,
sintomas comuns em pacientes com a doença. A estimativa é de que o tratamento
esteja disponível para a população a partir do início de 2015 e que beneficie
cerca de 19 mil pacientes por ano.
O autismo aparece nos primeiros anos de vida. Apesar de não
ter cura, técnicas, terapias e medicamentos, como o Risperidona, podem
proporcionar qualidade de vida para os pacientes e suas famílias. O autista
olha pouco para as pessoas, não reconhece nome e tem dificuldade de comunicação
e interação com a sociedade. Muitos pacientes apresentam comportamento
agressivo, agitado e isso exige cuidado e dedicação permanente.
O medicamento Risperidona é fundamental no tratamento de crianças autistas
Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos
do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, a incorporação do medicamento faz parte
de um esforço do Ministério da Saúde em avaliar permanentemente a ampliação da
oferta de medicamentos no SUS. “A política de incorporação tecnológica é muito
ativa. Nos últimos dois anos e meio, o Ministério incorporou 111 novas
tecnologias, sendo 70% medicamentos, triplicando a média anual de
incorporações”, avalia.
De acordo com a estimativa da Organização Mundial da Saúde
(OMS), 70 milhões de pessoas no mundo tenham a doença. No Brasil, a estimativa
é de este número alcance dois milhões de pessoas. A expectativa é que o
Ministério da Saúde invista R$ 669 mil para a compra do remédio.
Segundo a coordenadora-geral de Saúde da Pessoa com
Deficiência do Ministério da Saúde, Vera Mendes, a medicação associada ao
conjunto de terapêuticas ofertado pelo SUS é fundamental para o desempenho da
criança. “O remédio vai ajudar a regular os sintomas comportamentais deixando o
paciente mais apto e equilibrado na prática de suas atividades, além de
melhorar seu convívio na vida social e familiar”, destaca.
Para o atendimento do autismo na rede pública, são
realizadas nas mais de 40 mil Unidades Básicas de Saúde ações de habilitação e
reabilitação coordenadas por equipe multiprofissional, focados nas dimensões
cognitivas e de linguagem oral, escrita e não-verbal, incluindo intervenções
educativas e comportamentais direcionadas aos sintomas. Os pacientes também
podem ser acolhidos em um dos 102 Centros Especializados em Reabilitação
habilitados pelo Ministério da Saúde.
A inclusão de qualquer medicamento no SUS obedece às regras
da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), que exige
comprovação da eficácia, custo-efetividade e segurança do produto por meio de
evidência clínica consolidada e assim garante a proteção do cidadão que fará
uso do medicamento. Após a incorporação, o medicamento ou tecnologia pode levar
até 180 dias para estar disponível ao paciente.
Do Blog Carlos Magno, com Ministério da Saúde