É claro, lógico e evidente que não vou, aqui, entrar no mérito
da questão, se as contas do governador Ricardo Coutinho referentes ao ano de 2012
devem ou não ser reprovadas ou aprovadas. Até porque, confesso, não estudei
essas contas. Mas o que quero comentar neste espaço independe do fato de
Ricardo ter ou não cumprido, à risca, o que determinam os órgãos de controle,
sobre o uso do dinheiro público.
O que não posso é deixar de registrar a minha surpresa
quanto ao que disse o deputado estadual Caio Roberto (PR), relator da análise
das contas de 2012 do governador na Assembleia Legislativa da Paraíba, sobre o
seu parecer em relação ao assunto. De cara, ele apresentou parecer pela
reprovação das contas. O problema é que ele disse não saber, ao certo, o porquê
da sua decisão.
Deputado Caio Roberto decidiu pela rejeição das contas do governador, mas disse não ter certeza de sua decisão
No mesmo instante em que apresentava parecer pela rejeição
das contas, Caio pedia o adiamento da votação de seu próprio parecer, alegando,
acreditem, que não estava tão certo da decisão que havia tomado e que constava no
parecer. Ele disse que precisava conversar com os conselheiros do Tribunal de Contas
do Estado da Paraíba – TCE-PB para poder ter certeza se Ricardo usou ou não usou bem
o dinheiro público, fato decisivo para levar à rejeição das contas, pedida por ele
próprio!!!
“Uma série de motivos me fizeram (???) optar pela
reprovação, a preço de hoje, das contas do governo. Entretanto, uma possível reprovação
poderia acarretar numa possível inelegibilidade do governador. Para que não
pensem que houve motivação política no meu voto, de muito boa vontade resolvi
buscar quais os motivos, razões ou circunstâncias fizeram com que os
conselheiros do TCE aprovassem essas contas”, disse o deputado.
Pelo que disse, Caio Roberto sabe muito bem o tamanho de sua
responsabilidade e do problema que a sua decisão – mesmo que na dúvida – pode acarretar
para o governador. Repito: sem entrar no mérito da questão, se Ricardo usou bem
ou não o dinheiro público, o que o parlamentar está fazendo é dizer que quer a
condenação de uma pessoa mesmo sem ter a certeza de que esta pessoa cometeu um
crime.
Sim, porque reprovação de contas pode gerar, simplesmente,
inelegibilidade do gestor!!! Será que ele pensou no tamanho das consequências de
sua decisão “indecisa”? Como dizia aquele personagem de Jô Soares: “Me tira o
tubo!!!”
Do Blog Carlos Magno