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26/12/2014

Prefeitura de Campina Grande não paga salários e médicos da UPA fazem “greve branca”


Os médicos plantonistas que atendem na Unidade de Pronto Atendimento de Campina Grande UPA, sem receber os salários ainda do mês de novembro, decidiram realizar uma espécie de “greve branca” no atendimento. A greve acabou por concentrar aumento no atendimento do Hospital Regional de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes.

 

A greve foi constatada a partir da falta de atendimento aos pacientes que tinham as fichas nas cores verde e amarela – é assim que a unidade divide os níveis de atendimento, de acordo com a gravidade dos casos. A UPA de Campina Grande é referência para atendimentos básicos como febre, diarreia e dor de cabeça.
 
Pacientes que procuraram a UPA de Campina Grande ficaram sem atendimento porque os médicos não receberam, ainda, os salários de novembro
Pacientes que procuraram a UPA de Campina Grande ficaram sem atendimento porque os médicos não receberam, ainda, os salários de novembro
 

A própria unidade confirmou que a greve ocorre por conta no atraso no pagamento dos salários referentes ao mês de novembro. A greve, de acordo com a direção da UPA, foi iniciada na noite do dia 24 de dezembro, véspera de Natal, quando os médicos atenderam apenas os pacientes que tinha as fichas na cor vermelha, que representam casos com risco de vida.

 

“Os doentes vieram para o Trauma e isso causou tumulto, pois na véspera de Natal o movimento foi muito grande de vítimas de tiro e acidentados. De uma vez só chegaram cinco vítimas de tiro e o Trauma não vai mais atender doentes que não fazem o perfil do Hospital”, disse o médico Geraldo Medeiros, diretor do Trauma.

 

Segundo ele, os pacientes com sintomas básicos deveriam ser atendidos por hospitais da rede municipal ou referenciados, mas foram reencaminhados para o trauma. “Chegaram doentes com problemas simples, dor de cabeça, diarreia, febre e pressão alta. Isso atrapalhou o acolhimento do trauma, que na hora de atender seus pacientes ficou congestionado, e os demais entraram na estratificação de risco: atendemos primeiro os graves e os demais serão reencaminhados à UPA, ao Hospital da Criança e Adolescente, se for o caso, e a outros hospitais referenciados”.

 

Dr. Geraldo lamentou o ocorrido e criticou o sistema municipal de saúde. “Isso gera uma insatisfação que não é culpa do Trauma e sim da regulação que não funciona em Campina Grande. O que nos foi informado é que os médicos da UPA ainda não receberam os salários de novembro e resolveram fazer essa operação padrão”.

 

Do Blog Carlos Magno