O jornalista Rafael Henzel, da rádio Oeste Capital de
Chapecó, foi um dos seis sobreviventes do avião que levava a delegação da
Chapecoense, convidados e imprensa para a Medellín, na Colômbia.
Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, ele
detalhou o que aconteceu no avião momentos antes da queda, que ocorreu próximo
ao aeroporto de destino. De acordo com ele, as luzes foram desligadas de
repente.
O jornalista Rafael Henzel, da rádio Oeste Capital de Chapecó, que fraturou sete costelas e ainda sofre com uma leve pneumonia, disse que só ficou sabendo direito o que havia acontecido no terceiro dia após o acidente com o avião da Chapecoense
'Toda vez que perguntávamos quanto tempo faltava,
sempre respondiam os comissários: faltava dez minutos. De repente, simplesmente
desligaram as luzes. Desligaram os motores. E aí todo mundo voltou pro seu
assento e colocou o cinto de segurança. Na hora que isso aconteceu causou um
certo temor. Mas ninguém imaginaria que a gente bateria naquele morro', afirmou.
Ele contou que a aflição aumentou ao perceber o nervosismo
da comissária Ximena Suárez, uma das sobreviventes. O jornalista estava sentado
na penúltima fileira no voo, do lado direito, e Supárez, assim como o técnico
do voo Erwin Tumiri, estavam logo atrás dele.
'Reparei que houve uma aflição muito grande por parte
da comissária que sobreviveu. Ela foi para o lugar dela, e quando ficou muito
aflita, realmente a aflição tomou conta. Mas não lembro de ter havido gritaria,
não lembro de ter... pânico no avião. Um silêncio estarrecedor. A gente não
sabia o que estava acontecendo, até que veio o choque. Eu não lembro da
pancada, porque ela foi de repente', disse.
Henzel afirmou que acordou e viu que estava preso entre duas
árvores. O repórter Renan Agnolin e o cinegrafista Djalma Neto, que estavam ao
seu lado na aeronave, estavam mortos.
'Primeiro achei que era um filme, que era um sonho. E
que ia despertar logo desse sonho. Comecei a observar que vinha gente com
algumas luzes, os socorristas. E aí eu comecei a gritar, dizendo que estava
ali, naquele lugar. Eu estava preso em duas árvores, e aí com várias árvores ao
redor. E aí foi o mais impactante ainda, porque as duas pessoas que estavam do
meu lado estavam sem vida já. Dez centímetros para cá ou para lá o resultado
poderia ser bem diferente', disse.
'O momento mais triste para mim foi ver os dois colegas
meus do lado. Chamei pelos dois e tive que buscar forças. Apesar de estar com
sete costelas quebradas. Não foi fácil, não foi nada fácil mesmo. Chovia, 12
graus de temperatura. Era muito íngreme a trilha, não tinha socorristas onde a
gente tava. Os socorristas foram fortes. Eu imagino duas coisas. Primeiro que
foi um milagre. Segundo de eu ter acordado no segundo em que os socorristas
estavam passando', completou.
O jornalista, que fraturou sete costelas e ainda sofre com
uma leve pneumonia, disse que só ficou sabendo direito o que havia acontecido
no terceiro dia após o acidente.
'O que eu fico mais impressionado é que as pessoas
morreram não por uma falha mecânica. As pessoas morreram por uma falta de
discernimento. De um sujeito que de repente por causa de uma economia boba...
Isso é revoltante', declarou ?' ESPN.
Portal Carlos Magno
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