Matéria publicada na versão impressa do Jornal Folha de São
Paulo lembra algumas das promessas do então candidato a governador da Paraíba,
Ricardo Coutinho (PSB) na eleição de 2010. Na época, Ricardo foi ao guia
eleitoral do rádio e da TV, aos debates e aos comícios com a promessa de
construir uma maternidade me cada cidade paraibana, para que as crianças
pudessem ser cidadãs nas localidades onde os pais residem.
Porém, passados três anos e três meses do mandato, a
promessa não foi cumprida e, pelo que se percebe do governo, não será, até o
final do mandato. “Ex-prefeito de João Pessoa, Coutinho se elegeu com promessas
de construir uma maternidade em cada um dos 223 municípios paraibanos (...). A
menos de um ano do fim do mandato, ainda restam 117 cidades sem maternidades,
segundo dados da Secretaria da Saúde”, diz a reportagem.
Folha de São Paulo lembra promessas não cumpridas de Ricardo Coutinho
Veja a matéria, na íntegra:
Provável candidato à reeleição, o governador Ricardo
Coutinho (PSB-PB) terá ainda que enfrentar, até a campanha, a principal dor de
cabeça de sua gestão: o aumento de gastos com pessoal. Essas despesas em 2012
superaram limite máximo legal de 49% da receita. Pelo dado mais recente, de
2013, estavam em 44,8%.
A situação motivou, em agosto passado, um alerta do Tribunal
de Contas ao governo. "O número de funcionários, porém, continuou
crescendo", disse o conselheiro do TCE André Carlo. A gestão Coutinho diz
que os gastos subiram por fatores externos à gestão --como aumento do salário
mínimo e instituição do piso nacional do magistério-- e pela realização de
concursos.
Segundo o governo, houve 10 mil novas contratações efetivas
desde 2011. "Há categorias em que optamos por reajustes acima da inflação
[segurança, educação, saúde, fisco e procuradores]. Isso impacta a folha",
diz a secretária de Administração, Livânia Farias.
A oposição já usa o inchaço da folha de pessoal para atacar
o governo. "Fica claro que a opção de aumentar a máquina pública foi para
comportar apadrinhamentos políticos", afirma o deputado Anísio Maia (PT).
No guia da TV em 2010, RC prometeu construir uma maternidade em cada cidade da PB
Ex-prefeito de João Pessoa, Coutinho se elegeu com promessas
de construir uma maternidade em cada um dos 223 municípios paraibanos, além de
instituir uma bolsa universitária. A menos de um ano do fim do mandato, ainda
restam 117 cidades sem maternidades, segundo dados da Secretaria da Saúde.
O benefício para os estudantes ainda não foi implantado, e o
governo não deu prazo para início do projeto. Uma das principais obras da
gestão é um centro de convenções de R$ 185 milhões em João Pessoa, com
capacidade para até 2.500 pessoas. Para o orçamento deste ano, a Assembleia
aprovou isenção fiscal recorde de até R$ 1,2 bilhão. A de 2013 previa dedução
de R$ 700 milhões.
A medida, criticada pela oposição, busca atrair indústrias
ao Estado, sobretudo para o interior. "Estados com menos recursos utilizam
essa moeda para atrair capital. Mas, por ser transitória, não é uma medida de
transformação social", diz Alysson Cabral, professor de economia da UFPB
(federal da Paraíba).
Ricardo Coutinho, governador, foi criticado por terceirizar o Hospital de Trauma da capital
O governo afirma que as isenções ainda não foram descontadas
e que o valor total é apenas uma previsão. "O 1,2 bilhão é o teto máximo
que podemos atingir. Estamos com uma política altiva para atrair
investimentos", afirma o secretário de Planejamento, Gustavo Nogueira.
Na disputa pela sucessão, PT e PMDB planejam candidaturas
próprias para tentar barrar a reeleição de Coutinho. O senador Cássio Cunha
Lima (PSDB) também é cogitado para a disputa.
Do Blog Carlos Magno, com Folha de São Paulo