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14/10/2014

Mais um artigo do Professor Jônatas Fazão: "Dia do Professor DE ALTA PERFORMANCE"


Nesta quarta-feira, dia 15, comemoramos o dia do professor. Ou seja, nosso dia. Dia daquele profissional que possui as mais sublimes e admiráveis das missões: ensinar e instruir o ser humano; ajudar a desenvolver pessoas e transformar vidas; contribuir na educação não só de crianças, mas também de jovens e adultos. Em suma: cabe a este profissional, o professor, estar diariamente imbuído em dedicar horas da sua vida transmitindo conhecimentos e levando o saber que transformam vidas. E ele faz isso, justamente, por intermédio da educação; da “arte do educar”.

 

A meu ver, educar é algo mais que mágico; é algo fascinante. Ao longo de minha vida, desde que me conheço por gente, tenho sido aquilo a quem muitos chamam de ‘educador nato’. Tenho me dedicado à nobre e bela arte do ensinar; do lecionar. Como se sabe, o termo educar vem do latim: “educare”. E, de acordo com o que preconiza o próprio dicionário, o significado de educar é o de “oferecer a alguém o necessário para que esta pessoa consiga desenvolver plenamente a sua personalidade. Propagar ou transmitir conhecimento (instrução) a; oferecer ensino (educação) a; instruir”.

 

Isso quer dizer que, como educadores, temos uma enorme responsabilidade dentro da sala de aula. Afinal, nós (professores e educadores) estamos preparando nossos alunos e jovens para o futuro; para serem justamente os líderes de suas próprias vidas. E aonde começa e se inicia este “preparo”? Como bem sabemos, tudo começa pela base. Como em tudo na vida, é na base que começamos também a formar uma boa criança, um bom aluno, um bom cidadão, um bom líder. E, partindo deste princípio, a qualidade do ensino - e dos professores - da educação básica é extremamente fundamental.


 

Jônatas Frazão fala do professor de Alta Performance e cita livro sobre o assunto


Fiquei muito feliz ao pesquisar e constatar que, de acordo com o Censo do Ensino Superior, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) o número de professores formados em pedagogia quase dobrou nos últimos sete anos. E isso já é um grande avanço! Como professor e apaixonado pela educação, óbvio que vejo isso com bons olhos. Mesmo sempre defendendo que ainda podemos - e precisamos – avançar mais.

 

Abro aqui um parêntese para registrar que nossa profissão precisa ser mais valorizada, mais reconhecida e, bem mais bem remunerada, desde a base. É como no dito popular: ‘chover no molhado’. Concorda? Aliás, já escrevi no passado abordando estas questões, mas hoje não me adstringirei a isso neste breve artigo. Pelo contrário, me prenderei a questionar, justamente, a nós mesmos, professores (mesmo que eu já esteja aposentado).

 

Pois bem, pense comigo e faça sua própria reflexão: “Estamos sabendo lidar eficazmente com esta quantidade de informações e tecnologias dos dias atuais? Estamos preparados para lidar com este ‘novo aluno’ que chega à sala de aula com novos anseios e novas motivações para aprender? Estamos utilizando em sala de aula uma comunicação mais efetiva entre professor-aluno? Aluno esse que, muitas vezes, chega às escolas e encontra na figura do seu professor um “ser especial”, como que um ‘super-herói’, já que muitas famílias estão desintegradas, muitos pais e mães estão tão ocupados trabalhando e ganhando a vida que “se esquecem de lembrar” que são eles, sim, os primeiros (e principais) modelos para os seus filhos? E aí o professor, que já tem uma vida bem atribulada de tantos compromissos e responsabilidades, precisa também, em muitos casos, ficar fazendo o papel não só de educador, como também de pai, mãe, psicólogo, etc. Ou seja, vejo que cada vez mais os professores enfrentam problemas como estes em sala de aula. Problemas bem complexos, não?

 

Sejamos sinceros. Como professor, sua aula vem despertando o interesse dos seus alunos? Você tem proporcionado um ambiente rico em estímulos e vivências? Sua linguagem tem sido adequada a este novo momento em que estamos vivendo? Enfim, você tem se portando de forma que seus alunos se sintam acolhidos e compreendidos em suas necessidades?

 

Estes são questionamentos profundos, concorda? Na verdade, venho me fazendo-os ao longo do tempo, mas só hoje resolvi escrever sobre eles. Aliás, quando os fiz à minha própria esposa – uma educadora também, já aposentada – ela não pestanejou e me respondeu:

 

“Jonatas, ser um professor nos dias de hoje não significa mais só saber ensinar ‘bem’ a matéria. Significa mais que isso. Significa também compreender este novo tempo em que vivemos; compreender este novo aluno que temos. Significa ainda ter uma comunicação mais efetiva em sala de aula”. E isso é bem verdade, não?

 

Há pouco mais de um mês minha querida esposa, que defende também estes conceitos, me presenteou com o livro PNL para Professores. Confesso que, assim como ela, também fiquei meio intrigado com o título. Para minha surpresa (boa surpresa), o livro é fascinante. Trata de um compêndio que reúne quinze estudiosos e especialistas apresentando conceitos e ferramentas da PNL, ou seja - Programação Neurolinguistica.

 

No livro, como apregoa o próprio título “Profissionais de PNL abordam dicas e estratégias para uma aula dinâmica com o foco na comunicação eficaz e alta performance do aluno”. Mesmo sendo um livro de fácil leitura, não posso deixar de registrar que é de grande qualidade. Aliás, penso que é um livro que agregará ao educador e ao professor oportunidades para o seu aperfeiçoamento e desenvolvimento em sala de aula. A obra – produzida pela Editora Leader – além de me proporcionar um bom aprendizado do universo da PNL, proporcionou-me, também, uma grata surpresa: a de ver desfilar em suas páginas um interessante capítulo, muito bem escrito, por um conterrâneo nosso. Refiro-me ao jovem especialista em coaching e PNL Gilson Lira. Pelo que se pode observar, ele é um apaixonado pelo campo da educação e do desenvolvimento pessoal. Pelo que pude ver, ele compartilha da bela visão de que a transformação de qualquer ser começa, justamente, pela educação.

 

Gilson demonstra, de maneira simples e eficiente, uma inexplicável facilidade de falar diretamente ao universo do “leitor-professor”. E, como professor, sei que esse não é um universo assim tão fácil de se adentrar, não é mesmo? Mas ele, de forma bem didática, escreveu no capítulo 10, ‘Professor de Alta Performance’, como as estratégias da PNL favorecem um aprendizado focado no aluno. Pelo que li, ele procurou mostrar também a vital importância em se compreender o modelo ou “mapa de mundo” dos nossos estudantes. Procurou ainda demonstrar a necessidade do professor criar em sala de aula rapport (conceito do ramo da psicologia que significa criar rapidamente empatia com outra pessoa) com seus alunos. Ele aborda ainda algo bem curioso: a necessidade de nós, educadores, priorizarmos uma maior flexibilidade em nossa comunicação em sala de aula para melhor interagir com nossos alunos. Afinal, cada vez mais enfrentamos um grande desafio: o da desatenção e o da indiferença por parte dos alunos. Portanto, como entusiasticamente defende este nosso estudioso paraibano, “a Programação Neurolinguistica ajuda a tornar o professor mais eficiente na arte do educar”. E sendo assim, ele saberá habilmente envolver e inspirar pessoas à sua volta.

 

Confesso que queria eu – logo no início de minha carreira como professor - ter tido acesso às ferramentas e estratégias da PNL, como também, aos conceitos que o livro de que estou falando apregoa tão brilhantemente. Sem dúvida alguma eu teria sido um professor não só mais eficiente em sala de aula; teria também sido um educador mais flexível, inspirador, engajado e, principalmente, teria sabido melhor interagir com cada aluno meu.

 

Pois bem, finalizo desejando neste dia dos professores não mais que duas coisas. Primeiro, que cada professor possa refletir sobre seu real papel em sala de aula - nos dias atuais. “Eu tenho sido um bom professor? Tenho sido um efetivo educador? Tenho mantido uma postura de lidar com os meus alunos de forma adequada e eficaz?”. Segundo, o desejo de que cada amigo professor possa também tirar um tempinho em busca de novas competências e habilidades em sala de aula. Isso mesmo. Não dá mais para pensar que só transmitir a matéria já é o suficiente, como já falei.

 

Portanto, acredito que um bom mergulho nesta pequena, mas valiosa obra, pode ser, ao meu ver, já um bom começo; pode ser, ao meu entender, já o primeiro passo no aperfeiçoamento para que se possa tornar aquele professor a quem Lira bem defende e apregoa em seu capítulo, um ‘Professor de Alta Performance’.

 

Feliz diz dos professores!


Jônatas Frazão (professor aposentado da UFPB), especial para o Blog Carlos Magno