O governador reeleito da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB)
pode liderar um movimento dentro do partido para levar a legenda a apoiar o
segundo governo da presidente Dilma. Ricardo apoiou a reeleição de Dilma no segundo
turno, posição que foi anunciada logo após o resultado do primeiro turno ter
sido decretado. A articulação teria também a participação do senador Vital do
Rêgo (PMDB-PB), considerado ‘aliado de primeira hora’ da presidente.
Segundo reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo, logo
após a confirmação de sua vitória, no segundo turno, Ricardo já deu mostras de
que vai defender a reaproximação entre o PSB e a presidente. “Eu tenho uma
posição (de apoio) que acho que o partido deve avaliar. O país saiu polarizado
desta eleição e não podemos permitir que o palanque permaneça. Precisamos focar
na administração”, afirmou.
Apoiado pelo Senador Vital, Ricardo costura realinhamento do PSB com a presidente Dilma
Neste final de semana a própria Folha de São Paulo já
anunciou que o PSB está dividido entre apoiar Dilma ou ficar na oposição. “Pernambuco,
terra do ex-presidente do partido Eduardo Campos, lidera a ala que prega uma ‘oposição
responsável’. Defende que o partido mantenha ‘portas abertas para o diálogo’
com todos, na expressão do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB).
Acompanham essa intenção da ala pernambucana os diretórios
de Piauí, Ceará, Maranhão, Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte. ‘Pernambuco
é um símbolo, e é onde o partido estava umbilicalmente ligado às oposições. A
gente já parte com um sentimento muito forte de estar na oposição’, afirma o
ex-governador do Piauí, Wilson Martins (PSB).
O presidente do PSB-PE, Sileno Guedes, pondera que o ‘campo
de luta’ da sigla é de esquerda e que é preciso cuidado para ‘não comprometer a
história do partido’. Do lado oposto está a Paraíba, que reelegeu Ricardo
Coutinho (PSB) em aliança local com o PT, apesar do rompimento nacional.
Como governador, Ricardo Coutinhos empre teve boa relação com a presidente Dilma
O presidente do PSB-PB, Edvaldo Rosas, pressiona pelo ‘realinhamento’
com Dilma e busca apoio de outros Estados para defender a proposta na Executiva
Nacional. ‘Vamos defender essa tese. A história do PSB, de Miguel Arraes e de
Eduardo Campos sempre esteve nesse campo progressista’, afirma.
Na Bahia, maior colégio eleitoral do Nordeste, o PSB apoiou
Dilma no segundo turno e não quer ser oposição. ‘O PSB que conheço, ao qual me
filiei, tem mais identidade programática do que afastamento com o governo Dilma’,
diz a senadora Lídice da Mata, líder do PSB-BA. Para ela, as bancadas no
Congresso devem ser, no máximo, independentes. "Oposição, eu não vejo
sentido’.
O ex-presidente do partido Roberto Amaral também prega a
reaproximação com o PT. Após eleger Paulo Câmara com 68% dos votos, o PSB-PE
manteve a influência na nova Executiva, que também defende a oposição moderada.
Na prática, a ‘oposição responsável’ significa que o PSB não deve ser um antagonista
como o PSDB. A atuação seria balizada com a formação de um novo bloco
parlamentar com PPS, PV e SD.
Recém-eleito presidente do PSB, Carlos Siqueira minimiza
dissidências. ‘Sinto que as pessoas querem chegar a uma posição que será
consensual ou, no mínimo, de maioria muito grande’”.
Do Blog Carlos Magno, com Folha de São Paulo