“Eu sou filho e neto de homens públicos. Vi o sonho que
tinha meu pai de representar a Paraíba e o Congresso Nacional no Tribunal de
Contas da União. Quis o destino, por obra da providência divina, que eu fosse
indicado para realizar o sonho do meu pai, eterna referência na minha vida”.
Assim, o senador Vital do Rêgo (PB) declarou na saída da sabatina que o elegeu,
por unanimidade (21 votos), como o próximo ministro do Tribunal de Contas da
União.
A sabatina foi realizada pela Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE). O próximo passo é a aprovação da indicação pelos plenários do
Senado e da Câmara dos Deputados, quando então Vital será (ao que tudo indica)
honrado com o título de ministro da mais alta corte de fiscalização de contas
do País.
Na condição de sabatinado, Vital recebeu poucas perguntas de
seus colegas parlamentares. Os 21 depoimentos foram mais dedicados a homenagear
a carreira política de “um parlamentar de idoneidade moral e reputação ilibada”
(nas palavras do senador Lindbergh Farias, PT-RJ), herdeiro de uma “história
política longeva” (nas palavras do senador Eduardo Braga, PMDB-AM), dotado de
“admirável capacidade decisória” (Agripino Maia, DEM-RN) e “bom senso”
(Cassildo Maldaner, PMDB-SC), que “conduziu com clareza os encaminhamentos de
projetos complexos e difíceis” (Gleisi Hoffman, PT-PR) e assume, com o cargo,
“uma representação que engrandece o Senado Federal” (Romero Jucá, PMDB-RR).
Na sabatina da CAE, Vital foi aprovado por unanimidade para ser minsitro do TCU, a mais alta corte de contas do Brasil
Questionado sobre como procederá com os processos que
carregam as denúncias envolvendo a empresa estatal Petrobrás, Vital se mostrou
tranquilo, posto que já analisa autos do processo na condição de magistrado a
frente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os
desvios. “O farei com a isenção que a constituição exige de um magistrado.
Farei com o conhecimento técnico de quem pôde, ao longo dos últimos meses,
presidir uma comissão parlamentar de inquérito dedicada a investigar as
denúncias”, afirmou.
Em resposta à senadora Ana Amélia (PP-RS), Vital do Rêgo apoiou
o controle externo sobre as cortes de contas, a exemplo do que acontece nas
diferentes instâncias do Poder Judiciário. Lembrou que, como deputado federal,
apresentou à Câmara, em 2007, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
28/2007, criando do Conselho Nacional dos Tribunais de Contas, com essa
finalidade.
Em resposta ao senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Vital do
Rêgo afirmou que a Petrobras não poderia sobrepor aos princípios
constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência a aplicação do regime simplificado de contratação previsto para a
estatal no Decreto 2.745/1998. Ele disse que o Supremo Tribunal Federal (STF)
deverá tomar brevemente uma decisão sobre a legalidade dessa norma.
“É mais uma missão que o parlamento brasileiro me confia.
Recebi a unanimidade da comissão que instrui o processo. Entendo que posso
ajudar, como ministro do TCU o exercício do controle externo junto ao poder
legislativo. Acredito que podemos ter um tribunal de contas célere com excelente
corpo técnico, direcionando o foco para a boa governança junto aos desafios
para um Brasil mais competitivo e justo. A transparência, princípio que
congrega todos os outros, será a ferramenta que motivará o cidadão a participar
das avaliações das contas públicas”, concluiu Vital do Rêgo.
Como ministro do TCU, Vital não terá filiação partidária.
Peemedebistas lamentaram o fato de perder um correligionário, mas celebraram a
conquista do poder legislativo em ter naquela Corte um intérprete dos
interesses nacionais levantados pelo Congresso.
Do Blog Carlos Magno, com Assessoria