....
....
04/12/2014

Enigmático – mas, realista – Romero comenta possível saída do PSDB para garantir direito de ir à reeleição em Campina


O prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB), já de volta à cidade, após viagem à Europa, comentou com jornalistas as notícias que circularam, quando de sua ausência da cidade, sobre uma possível saída sua do PSDB para um outro partido da base aliada, o que lhe daria a garantia de que poderá concorrer à reeleição, no pleito de 2016.

 

Romero, que mesmo em viagem de descanso não descansou, quanto o acompanhamento da movimentação política em torno de sua reeleição, voltou enigmático. Quando perguntado sobre a desconfiança de que o PSDB não lhe garantiria o espaço natural para ir à disputa – e se pretenderia mudar de partido para, digamos, o PSD, que já lhe ofereceu guarida – Romero se saiu com um jogo de palavras que faria inveja a qualquer pós-doutorando em letras.


 

“Há divergências partidárias na Paraíba, mas temos que ter uma boa relação. Meu perfil é de conciliador. Claro que quem é da base tem um acesso facilitado e nos cabe uma reflexão. Mas tenho um projeto administrativo e não um projeto de reeleição”, disse Romero, deixando apenas espaço para reflexões – uma delas, a de que ele não está convicto de que terá a garantia do direito à reeleição, permanecendo no PSDB.

 

O que mais tira o sono do prefeito campinense são fatores e declarações dadas quando de sua ausência da cidade que, misturados, formaram o mote necessário para qualquer um, no lugar dele, acender o ‘desconfiômetro’. Primeiro, a declaração do filho do senador Cássio, Pedro Cunha Lima, eleito deputado federal e sobre quem recaem as apostas de quem quer ver um ‘Cunha Lima’ de nome, na Prefeitura.

 

Pedro disse ser terminantemente contra a reeleição e que, após tomar posse, em fevereiro, vai lutar, no Congresso Nacional, pelo fim dela. Isso tiraria Romero da parada imediatamente. Depois, Cássio veio tentar tranquilizar, defendendo Romero como candidato, mas o histórico mostra que ele fez o mesmo com Cícero Lucena, há dois anos, e Cícero acabou não tendo o direito de concorrer à reeleição para o senado, este ano. E Romero sabe disso.

 

Mas o pior ocorre nos bastidores: há gente graduada trabalhando para colocar mais lenha na fogueira da queimação da gestão Romero. São pessoas que trabalham contra a administração mesmo fazendo parte dela, pelo simples fato de querer mudar o nome – e o sobrenome – do candidato a prefeito do grupo, em 2016. E, daí, tirar Romero do páreo de forma menos traumática.

 

O problema é que essas pessoas se enganam ao imaginar que Romero não sabe de nada. Ele sabe. E muito...

 

Do Blog Carlos Magno