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26/12/2014

Quem perde é a Paraíba: PP mantém técnico em ministério de Dilma e paraibano Aguinaldo Ribeiro não vai mais ser ministro


Quem perde é a Paraíba. A grande imprensa já dá como certo que o paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP) não mais voltará a integrar a equipe de ministros da presidente Dilma. Considerado muito próximo da presidente, Aguinaldo acabou sendo preterido por Gilberto Occhi – que é técnico, não político – na reforma ministerial. Foi Occhi, justamente, quem substituiu Aguinaldo no Ministério das Cidades, quando o paraibano teve de deixar a pasta para ser candidato a deputado federal este ano.

 

O que Aguinaldo não esperava é que Dilma gostasse mais de seu substituto do que dele próprio. Segundo matérias publicadas na chamada grande imprensa, o fato de Gilberto Occhi ser um técnico na função de ministro agradou à presidente, que mandou o recado para o PP de que preferia Occhi a Aguinaldo. Com isso, a Paraíba perde seu ministro no governo da petista, o que é uma pena. “O perfil técnico e não político de Occhi agradou à presidente Dilma”, diz matéria publicada no Diário de Pernambuco.

 

O jornal também destaca que o envolvimento do PP na Operação Lava Jato pesou para que o partido perdesse a pasta das Cidades para o PSD de Gilberto Kassab, ficando o PP com a pasta da Integração Nacional. “Além de Dilma já estar apalavrada com Kassab, o PP vinha em um processo de desgaste por causa da Operação Lava-Jato. Na sexta-feira da semana passada, veio à tona a lista de citados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa na delação premiada ao Ministério Público: 10 dos 28 políticos mencionados são do PP. Entre eles, o próprio Ciro Nogueira”, complementa o DP.


Aguinaldo Ribeiro (esquerda) foi substituído no Ministério das Cidades por Gilberto Occhi (direita), que agradou mais à presidente Dilma por ser um quadro técnico do PP. Resultado: a Paraíba perdeu um ministro

 

Veja matéria publicada no Estadão tratando do assunto:

 

PP mantém “técnico” em ministério de Dilma

 

Em meio a suspeitas de corrupção envolvendo quadros do partido em contratos da Petrobrás, o PP (Partido Progressista) acertou na quarta-feira (24) com a presidente Dilma Rousseff a indicação do hoje ministro das Cidades, Gilberto Occhi, considerado um quadro “técnico” da legenda, para a pasta da Integração Nacional. O PP comandava a pasta anterior desde 2005.

 

A troca é considerada um “rebaixamento”, por causa do volume de dinheiro gerido em cada pasta. Como compensação, Dilma ofereceu ao PP a presidência do Banco do Nordeste. A proposta foi aceita, mas ainda sem nome definido para assumir o posto.

 

Oficialmente, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), limitou-se a dizer que o partido está satisfeito com a nova configuração. Na prática, os progressistas ficaram sem opção. Dilma vinha tentando nas últimas semanas convencer o PP a aceitar a troca de Cidades por Integração, mas até a manhã da terça-feira (23) os líderes da legenda ainda resistiam à proposta. Entretanto, horas depois, a presidente anunciou que o comando da cobiçada pasta iria para o PSD, o que os forçou a entrar em um acordo: ou aceitavam Integração, ou ficariam com uma pasta de influência ainda menor.

 

 O Ministério das Cidades administrou em 2014 um orçamento de R$ 22,8 bilhões em investimentos e custeio. Na Integração, esse valor foi três vezes menor no mesmo período, chegando a pouco mais de R$ 7 bilhões - com previsão em 2015 de redução à quase metade, cerca de R$ 4,7 bi. É também Cidades o ministério responsável pela execução do Minha Casa Minha Vida, um dos programas mais importantes do governo.

 

Oficialmente, o governo anunciou 17 dos 39 ministros do segundo mandato — 13 foram confirmados anteontem à noite. Na segunda-feira, Dilma afirmou que gostaria de completar a equipe até segunda-feira. Entre os partidos aliados, falta confirmar o espaço do PR.

 

Toma lá dá cá - Integrantes do diretório gaúcho do PP, que apoiou Aécio Neves (PSDB) na disputa presidencial, defendem uma reavaliação da aliança. “(A troca) é uma demonstração de desapreço ao PP”, afirma o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS). “Ela se vendeu por um processo fisiologista, já está olhando lá na frente, para a fusão do PL com o PSD. Tem filho de Jader Barbalho, a turma toda. E o PP perdeu espaço. O PT acha que o PP pode ser usado do jeito que entende”.

 

O deputado fez referência à especulação de que Kassab estaria articulando a criação de um novo partido, chamado PL, para fundi-lo com sua atual legenda e, assim, oferecer à presidente uma grande bancada de sustentação ao governo.

 

Lista - O PP é um dos partidos mais citados nas investigações da Operação Lava Jato, além de PT e PMDB. O partido tem 10 dos 28 parlamentares mencionados em acordo de delação premiada com a Justiça pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, como mostrou o Estado na semana passada. Integrantes de outros dois partidos, PSDB e PSB, também foram citados em nos 80 depoimentos do delator às autoridades da Lava Jato.

 

Essa lista inclui o presidente da sigla, Ciro Nogueira, e o ex-deputado e ex-ministro Mário Negromonte (BA). O doleiro Alberto Youssef também menciona repasses a políticos do PP em seus depoimentos à Lava Jato. Segundo eles, o partido recebia 1% do valor dos contratos. Os políticos citados negam as acusações dos delatores.

 

Do Blog Carlos Magno, com Estadão e Diário de Pernambuco