Se
tem um ano que o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) quer apagar de sua
história política, é o de 2014. Depois de uma aliança que lhe rendeu duas
vitórias – a derrota do arquirrival político José Maranhão, nas eleições de
2010; e o espaço político para alojar seus aliados, no governo Ricardo Coutinho
(PSB) – foi em 2014 que ele tomou a decisão de romper politicamente com RC.
O
rompimento, no primeiro semestre de 2014, fez com que o seu exército perdesse
espaços políticos importantes, que mais tarde não foram recuperados, como
previam. Também foi em 2014 que muitos de seus ‘soldados’ acabaram lhe
abandonando, insatisfeitos com a separação ‘unilateral’.
Eu
mesmo cheguei a ouvir de um ‘tucano de alta plumagem’ – como diria o colega
jornalista Josusmar Barbosa – a seguinte frase: “Ele só pensa nele. E nós,
vamos viver de quê?’, em referência à decisão unilateral de Cássio de romper a
aliança política com Ricardo e causar a perda dos espaços de muita gente que
rezava dia e noite pela manutenção da aliança.
Se olhar para trás, Cássio verá um 2014 que quer apagar de sua história política. Olhando para a frente, que 2015 verá?
O
autor da frase, histórico ‘Cunhalimista’ de Campina Grande, não me autorizou, à
época, a divulgar sua identidade. Mas hoje poderia até divulgar. Porém, ainda
dependo de sua autorização. Como ele é leitor do blog, quem sabe... A verdade é
que, da mesma forma como ocorreu com este cidadão, em 2014 Cássio perdeu vários
outros do seu exército.
Veio
a eleição e Cássio formou uma super aliança, tendo que, para isso, ter que
deixar alguns amigos pelo caminho, como ocorreu com o senador Cícero Lucena
(PSDB-PB), preterido na disputa pelo Senado, sendo trocado por Wilson Santiago.
Mais tarde, vieram as duas derrotas. Cássio e Wilson perderam a eleição para
Ricardo Coutinho e Zé Maranhão. Ainda estamos em 2014...
No
âmbito nacional, Cássio passou o primeiro turno da eleição ‘escondendo’ Aécio Neves
em sua campanha. Só no segundo turno, quando Aécio ameaçou a supremacia de
Dilma nas pesquisas, Cássio resolveu ‘adotar’ a campanha de Aécio como sua, na
Paraíba. Apostou e... perdeu também. Ainda em 2014...
Após
a campanha, no cenário nacional, ventilou-se a possibilidade de Cássio assumir
função exponencial no PSDB. Mas o histórico de duas cassações acabou falando
mais alto e o assunto morreu.
Finda-se
2014 e vem 2015. E quais esperanças Cássio e seu ninho tucano tem?
A
primeira movimentação não é boa. Nem para ele, nem para o PSDB. É que a cada
dia que passa escapa o comando da segunda maior cidade da Paraíba, Campina
Grande, considerada reduto tucano até mesmo no Nordeste, em face da votação
obtida na Rainha da Borborema pelo candidato Aécio Neves, destoando da
supremacia dilmista na região.
Eis
que, mirado no exemplo de Cícero Lucena e não tendo a confiança de que será,
mesmo, o candidato do PSDB à reeleição, Romero Rodrigues, prefeito da cidade
(ainda no PSDB), ensaia o ‘grito de independência’ para garantir a
tranquilidade que Cícero não teve: poder aproveitar a condição natural de ser
candidato e tentar se manter no cargo que ocupa.
Claro
que Romero, fora do PSDB, não rompe politicamente com Cássio. Pelo menos eu acho
isso muito difícil – não impossível, claro, porque em política, meu amigo, nós
vimos de tudo nestes últimos anos. Mas fora do PSDB, Romero deixa para trás a
condição de dependente no partido. Disso ninguém tem dúvida. Principalmente ele
próprio, é claro.
Do
Blog Carlos Magno