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11/03/2015

Cássio dá o recado a Romero: se sair do PSDB, partido lançará outro candidato a prefeito de Campina Grande


Quando um político convoca uma entrevista coletiva ou cumpre uma agenda de entrevistas previamente marcadas por sua assessoria – como Cássio fez esta semana – sem a existência de qualquer fato novo aparente, pode ir atrás que ele quer mandar um recado para alguém. Esta semana começou justamente com o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) ocupando os microfones das emissoras de rádio de Campina Grande. E sem ter nada para anunciar de novo.

 

Não tinha verba nova para Romero construir algo na cidade; não tinha qualquer mexida de peça do xadrez político paraibano; não tinha lançamento de nenhum nome a nada. Mas tinha o recado e este foi dado ao aliado Romero Rodrigues (PSDB), prefeito de Campina, que desde o final do ano passado só pensa em uma coisa: deixar o ninho tucano e ter a garantia do direito de ser candidato à reeleição em outra legenda.


Primos Romero Rodrigues (PSDB), prefeito de Campina Grande e Cássio Cunha Lima (PSDB), Senador: "eu sei que você sabe que eu sei que você sabe"

 

O recado de Cássio foi direto. Depois de criticar os argumentos de Romero para deixar o partido, não os aceitando, Cássio disse que a decisão está nas mãos do prefeito campinense e que vai respeitar o que ele decidir. “Respeitarei qualquer que seja a decisão de Romero. Ele terá o meu apoio na sua reeleição em qualquer partido que ele esteja”, disse Cássio para, logo em seguida, sapecar o recado: “Mas eu não sou dono do PSDB!”. Mais claro, impossível.

 

Lembram da música ‘Você vai estar na minha’, de Marisa Monte? Tem um trecho que diz: “...eu sei que você sabe que eu sei que você sabe...”. Lembram? É justamente esse trecho que reflete a relação entre os primos Cássio e Romero.

 

Romero sabe que, ficando no PSDB, não tem certeza de que será candidato à reeleição. Ele lembra o que ocorreu com o ex-senador Cícero Lucena (PSDB) na eleição passada: após defender com unhas e dentre o rompimento de Cássio com o governador Ricardo Coutinho (PSB), com a promessa de ter apoio à sua reeleição, se viu fritado e preterido por Cássio, que escolheu Wilson Santiago (PTB) como companheiro de chapa.

 

Cássio também sabe que Romero sabe disso e, sabedor, o filho do poeta Ronaldo vinha dizendo que Romero seria o candidato, mas agora coloca o prefeito campinense numa sinuca de bico: se ficar no partido, será o candidato (mas para isso tem que esquecer o passado das decisões políticas que envolvem Cássio e confiar nele – leia-se os fatos envolvendo Cícero, Cozete Barbosa, Enivaldo Ribeiro, Ricardo Coutinho...). Se sair, pode ter que enfrentar um Pedro Cunha Lima ou um Bruno Cunha Lima – que não escondem os olhos brilhando ante a possibilidade de ser o candidato do grupo à prefeitura campinense.

 

Em suma: Romero sabe que não pode confiar na garantia da candidatura à reeleição; Cássio sabe que Romero sabe que não confia; mesmo sabendo, promete que Romero é o candidato; este, sabendo que Cássio sabe da desconfiança, cria a história da necessidade de estar num partido aliado do governo federal para fugir do ninho tucano; Cássio, sabendo que Romero sabe de suas reais intenções, resolve jogar pesado e manda o recado que o apoia, mas saindo do PSDB, não pode fazer nada para evitar que os tucanos lancem outro nome, pois “não manda no partido”. Danou-se!

 

Tem mais outro detalhe... Cássio diz que não manda no PSDB da Paraíba??? Como assim?, como diria a apresentadora de TV Luciana Gimenes???

 

Bom, não entro nesse mérito de quem manda em quem ou quem manda em quê. Só digo uma coisa: Romero sabe quem, realmente, é o dono das cartas...

 

Do Blog Carlos Magno