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14/03/2015

Raimundo Lira anuncia audiências públicas na Comissão de Assuntos Econômicos para debater crise econômica


A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) dará início, na próxima semana, a uma série de audiências públicas para discutir a crise na economia. Segundo o vice-presidente da CAE, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), o primeiro convidado será o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que falará na terça-feira (17), às 10h30.

 

Em seguida, no dia 24, será a vez do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que fará uma avaliação sobre a execução da política monetária. O próximo convidado, em data ainda não definida, será o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

 

Com as duas audiências, os integrantes da CAE, dão cumprimento a uma das metas anunciadas ao elegerem os senadores Delcídio do Amaral (PT-MS) e Raimundo Lira (PMDB-PB), presidente e vice da comissão respectivamente, que é o de transformar a CAE num o foro de debate adequado de discussão de reformas importantes para o país, como a tributária e a fiscal.


Vice-presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Senador Raimundo Lira (PMDB-PB), à direita, ao lado do presidente da CAE, Senador Delcídio do amaral (PT-MS)

Vice-presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Senador Raimundo Lira (PMDB-PB), à direita, ao lado do presidente da CAE, Senador Delcídio do Amaral (PT-MS)


Para desempenhar a função de uma comissão da importância da CAE, Lira disse que é preciso ouvir as pessoas, dar oportunidade a todos os parlamentares e às bancadas, com tranquilidade diante das divergências de interesses, para isso as audiências são de suma importância.

 

Barbosa deverá falar sobre as ações de caráter fiscal incluídas nas Medidas Provisórias (MPs) 664/2014 e 665/2014, que estabeleceram uma série de alterações nas regras de seguro-desemprego, abono salarial, seguro-defeso, pensão por morte, auxílio-doença e auxílio-reclusão. Essas medidas enfrentam oposição das centrais sindicais, que reivindicam sua revogação.

 

As duas medidas sofrem resistência também no Congresso Nacional. A MP 664/2014 recebeu 517 emendas e a MP 665/2014, um total de 233 sugestões de mudanças. As alterações deverão ser propostas por comissão mista (integrada por senadores e deputados) e votadas pelas duas Casas do Congresso Nacional.

 

Já a audiência com o presidente do Banco Central realiza-se trimestralmente, como determina o Regimento Interno do Senado. O objetivo é discutir as diretrizes, a implementação e as perspectivas futuras da política monetária.

 

Inflação - Um dos pontos das duas audiências, segundo Lira deverá ser a persistente alta da inflação. A variação acumulada nos últimos 12 meses está em 7,70% - acima, portanto, do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 6,5%.

 

A tendência de alta já havia sido prevista por Tombini na última audiência na CAE, em 16 de dezembro do ano passado. Na ocasião, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos 12 meses anteriores era de 6,56%. Tombini disse então que o pico na alta, decorrente do realinhamento dos preços administrados em relação aos livres, deveria ocorrer no primeiro trimestre de 2015.

 

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), presidido por Tombini e realizada em 3 e 4 de março, quando se elevou a taxa Selic em meio ponto percentual, de 12,25% para 12,75% ao ano, é reafirmada a tendência de alta da inflação.

 

De acordo com o Copom, esse realinhamento de preços tornou “o balanço de riscos para a inflação menos favorável este ano”. Para o conselho, os ajustes de preços fazem com que a inflação se eleve no curto prazo e tenda a permanecer elevada em 2015.

 

O Copom avalia que tem se fortalecido o cenário de convergência da inflação para o centro da meta de 4,5% no próximo ano. “Para o comitê, contudo, os avanços alcançados no combate à inflação – a exemplo de sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazos – ainda não se mostram suficientes”, afirma a ata.

 

Do Blog Carlos Magno, com Assessoria