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16/03/2015

Grupo que comanda Armazém Paraíba é destaque nacional: faturamento de R$ 3 bilhões e mais expansão em 2015


“Fiado, só no Armazém Paraíba”. Com esta frase, o grupo que comanda o Armazém Paraíba tornou ainda mais popular o conglomerado de lojas que se espalha pelo interior nordestino numa rapidez que impressiona. Porém, em recente reportagem veiculada pelo jornal Valor Econômico, os leitores puderam conhecer um pouco mais sobre o Grupo Claudino, que comanda as lojas, e ficaram sabendo que nem só de armazém vive a família Claudino.

 

Além do comando das lojas, o grupo - que tem faturamento de R$ 3 bilhões - também tem o comando de shopping center (Teresina Shopping), frigorífico (Frigotil), construtora (Sucesso), gráfico e editorial (Halley), fabricação de móveis (Socimol), colchões (Ônix), roupas (Guadalaraja) e, de alguns anos para cá, bicicletas (Houston).
 
O Grupo Claudino, que comanda o Armazém PAraíba, tem fatuamento de R$ 3 bilhões e amplia seus investimentos em outros segmentos também
O Grupo Claudino, que comanda o Armazém Paraíba, tem fatuamento de R$ 3 bilhões e amplia seus investimentos em outros segmentos também
 
Veja a reportagem completa:

 

Claudino já fatura R$ 3 bi e investe em expansão

 

Dono de 14 empresas e de um faturamento de R$ 3 bilhões, o grupo Claudino, de Teresina, está investindo R$ 80 milhões na construção de uma fábrica de bicicletas na Zona Franca de Manaus e no lançamento da marca premium Audax. É a segunda fábrica de bicicletas do grupo, que começou a atuar no setor há 16 anos com os equipamentos Houston, de perfil mais popular.

 

Mas este não é o único investimento que o grupo fará neste ano. Estão previstos R$ 65 milhões no Teresina Shopping e R$ 12 milhões para abrir mais 12 lojas da rede Armazéns Paraíba, o principal negócio do grupo.

 

Sob gestão familiar até hoje, o grupo Claudino nasceu em 1958 na pequena Bacabal, interior do Maranhão, a partir da abertura da primeira loja Armazém Paraíba pelos irmão Valdecy e João Claudino. Dez anos mais tarde, quando já contava com 11 unidades, a sede da rede foi transferida para Teresina. Atualmente, a rede soma 284 lojas no Piauí, Maranhão, Tocantins, Bahia, Ceará e Pernambuco, a maior parte em cidades com entre 20 mil e 60 mil habitantes.

 

O Armazém Paraíba ainda é o maior negócio do grupo Claudino, respondendo por cerca de metade das suas vendas brutas, ou R$ 1,5 bilhão. A outra metade o grupo fatura nos ramos de shopping center (Teresina Shopping), frigorífico (Frigotil), construtora (Sucesso), gráfico e editorial (Halley), fabricação de móveis (Socimol), colchões (Ônix), roupas (Guadalaraja) e, de alguns anos para cá, bicicletas (Houston).

 

Tamanha diversidade em segmentos de atuação tem uma explicação simples. “Pelas grandes limitações que o Nordeste tinha no fornecimento de mercadoria, começamos a implementar negócios em diversos segmentos sempre com o objetivo inicial de fornecer produto para as lojas do Armazém Paraíba. Depois, cada negócio foi ganhando independência”, explica João Claudino Junior, vice­presidente do grupo.

 

Segundo o empresário, apenas no segmento bicicletas, o faturamento do grupo é de R$ 160 milhões. A nova fábrica fará a capacidade produtiva atual de até 900 mil bicicletas por ano vai em aumentar em 250 mil unidades. Com a marca Houston, cuja fábrica está instalada em Teresina, o grupo Claudino compete pelo consumidor que está disposto a pagar entre R$ 500 e R$ 600 por bicicleta. Com a Audax, o foco aumenta para os clientes que desembolsam de R$ 1,5 mil a R$ 45 mil para adquirir uma bicicleta com nível de performance atlético, sejam eles profissionais ou não.

 

Trata­se de um mercado dominado por concorrentes internacionais como Cannondale, Scott, GT e Trek. “Em volume, o mercado de bicicletas caiu nos últimos anos, apesar do apelo de sustentabilidade e vida saudável. O nicho que cresce é o premium”, diz Claudino. Inicialmente, a marca Audax contará com 25 modelos que começarão a chegar nas lojas a partir de maio. O lançamento oficial ocorreu na semana passada, durante um evento de mountain bike em Araxá (MG). Além da fábrica em Manaus, a Audax possui mais dois escritórios, um em Teresina, para atender as regiões Norte e Nordeste, e outro em Jundiaí (SP), para os mercados do Sul, Sudeste e Centro­Oeste, diz Claudino.

 

Ele é um dos cinco filhos do fundador do grupo João Claudino Fernandes. Nascido na Paraíba e ainda no comando dos negócios aos 84 anos, ele é conhecido no Piauí como o homem mais rico do Estado. Seus negócios empregam 16 mil pessoas diretamente e estimadas 48 mil indiretamente. “Desejo ter a lucidez e clareza do meu pai ao chegar nessa idade com uma postura tão atuante nos negócios”, diz Claudino, de 47 anos.

 

A nova fábrica de bicicletas não é o único investimento do grupo este ano. Pelo menos mais R$ 12 milhões deverão ser destinados a abertura de 12 lojas do Armazém Paraíba, acompanhado o ritmo médio de expansão da rede varejista nos últimos anos. As unidades, cujos tamanhos variam entre 300 e 800 metros quadrados, vendem eletroeletrônicos, linha branca e móveis. Nas lojas maiores, há também roupas e calçados, produtos para cama, mesa e banho e tecidos.

 

Além disso, o grupo vai investir R$ 65 milhões para concluir a ampliação do Teresina Shopping, que demandou R$ 350 milhões em recursos, desde 2011. Neste período, o empreendimento na capital piauense saiu de uma área bruta locável de 21 mil metros quadrados para 72 mil metros quadrados. Segundo o empresário, o grupo Claudino já foi sondado algumas vezes sobre as intenções de abrir capital na bolsa, mas que, por ora, não há esse plano. Ele diz que a empresa tem um perfil de expansão orgânica (sem aquisições) com baixo endividamento. “Damos os passos apenas do tamanho dos nossos projetos”.

 

A maior parte, cerca de 60% dos recursos para a nova fábrica de bicicletas, está sendo bancada com o próprio caixa da empresa e o restante será financiado com bancos, informou Claudino. Em um ano de provável recessão na economia brasileira, o empresário prevê um modesto crescimento de 5% no faturamento do grupo. “É melhor ser conservador e ser surpreendido positivamente”, afirma Claudino. Foi o que aconteceu no ano passado, quando o grupo projetou expansão de 8% nas receitas e acabou encerrando o ano com crescimento total de 10,5%, lembra.

 

Do Blog Carlos Magno, com Valor Econômico