Se você parar para analisar as
manchetes dos principais jornais brasileiros, as matérias sobre
economia e Brasil nas principais redes de TV do país e os enfoques
dados pelos portais nacionais de notícia sobre o Brasil, vai ver que
houve uma mudança repentina no teor do que a mídia nos coloca
diariamente. Se antes dos protestos do final de semana existia um
país em que a economia seguia para o fundo do poço, agora temos uma
economia que avança.
Porém, antes disso tudo o empresário
Buega Gadelha, presidente da Federação das Indústrias do Estado da
Paraíba – Fiep já sabia que a economia em nosso país, nem de
longe, estava indo para o beleléu, como muitos apregoam. Por isso,
vale a pena ler o que o colega jornalista Rubens Nóbrega publica em
sua coluna, na edição desta terça-feira (17) do jornal a Paraíba. São detalhes de uma
interessante entrevista concedida por Buega analisando os rumos da
economia brasileira e do país, com dados recentes sobre o desempenho
do motor econômico nacional.
Rubens Nóbrega faz uma avaliação de interessante entreviista concedida pelo presidente da Fiep, Buega Gadelha, sobre a economia brasileira
Veja a coluna, na íntegra. Vale a pena
ler:
CONTRA A MARÉ
Surpreendeu-me positivamente ontem
ouvir o empresário
Francisco Buega Gadelha falar aos ouvintes da
CBN João Pessoa
que o Brasil não é essa ladeira abaixo toda como
muitos acreditam, convencidos de que estamos numa banguela
desgovernada
rumo ao abismo que apregoam alguns badalados analistas
e videntes de cenário econômico, secundados por alarmistas em geral
e apocalípticos em particular.
Presidente da Federação das
Indústrias da Paraíba (Fiep), Buega lembrou
no programa CBN
Cotidiano, ancorado pelo inexcedível Bruno Filho, que a
indústria
nacional fechou
o primeiro mês deste ano
com crescimento de 2% e o
setor de serviços, de 8,5%. Mais surpreendentes ainda e chineses
seriam os números da Paraíba, que
viu seu parque industrial
expandir-se em torno de 6% ano passado, os empregos aumentarem cerca
de 12% e a massa salarial,
por volta dos 18%.
Melhor ainda, ele aposta que 2015 deve
confirmar a tendência de alta dos indicadores econômicos da
Paraíba, especialmente
no setor industrial, com a instalação e
início de operações de quatro ou cinco novas cimenteiras na
fronteira com Pernambuco. Sem
contar, acrescenta Buega, o bom
momento por que passam o turismo e a construção civil no Estado,
vez que nesses segmentos não baixou por aqui a retração que
afetaria o restante do país.
As palavras de Buega Gadelha, ainda que
não tenha sido essa
sua intenção, batem de algum modo com a
afirmação da Presidente Dilma no Pronunciamento à nação do
último dia 8, quando disse que “nem de longe (o Brasil)está
vivendo uma crise nas dimensões que dizem alguns”. Já o
indisfarçado otimismo dele converge
para o sentimento – ou a
sensação – de que o bicho da propalada
recessão pode não ser
tão feio quanto parece nem merece tanto a
fama de brabo e indomável
que lhe atribuem.
Jogo nesse time dos otimistas. Jogo
porque não consigo imaginar como pode entrar em colapso um país que
é a sétima economia do planeta, que continua entre os três mais
atraentes do
mundo para investimento de longo prazo do capital
estrangeiro,
principalmente investimento produtivo, que conseguiu
formar um
mercado interno vigoroso tanto para o consumo como para o
trabalho, um mercado que se expressa, por exemplo, na abertura de
9
milhões de micro e pequenas empresas nos últimos 12 anos.
Gostaria muito que um economista
gabaritado, desses que
preveem o fim dos tempos para logo mais,
explicasse como e se é
possível que todos os avanços sociais e
econômicos conquistados
pelo povo brasileiro ao longo de um decênio
possam virar fumaça de uma pra outra ou mesmo em um ano ou dois. Não
creio que
apareça algum capaz de me convencer dessa possibilidade.
Talvez
porque sua previsão de debacle possa estar contaminada por
uma
quimera pessoal e não amparada em avaliação teórica ou
cientificamente fundamentada, além de consistente.
Longe de mim isentar a gestão Dilma
pelo que vem ocorrendo
de ruim no país, consequência direta de
equívocos que cometeu
no primeiro mandato, a exemplo da redução
de tarifas de energia
sem combinar com São Pedro e o custo de
geração termoelétrica
que agora vamos pagar. Não dá, muito
menos, para ‘abonar’ um
ajuste ancorado no sacrifício da
maioria e nenhum agravo, mínimo que seja, para os mais ricos e
abastados. Mesmo assim, desgraçadamente as medidas de arrocho podem
dar os resultados
esperados pelo governo no médio prazo e, com
isso, tanto a Presidente como seus ministros e seu partido manterão
a cabeça sobre
o pescoço pelos próximos quatro anos, todos a
salvo das guilhotinas que movimentos como o de domingo, se
engrossarem daqui
pra frente, podem armar para qualquer governante.
RECUPERAR É POSSÍVEL
Tamanho e dinâmica própria da nossa
economia
podem perfeitamente fazer o país dar uma nova
volta por
cima. Não é miragem. Pode acontecer sim.
Com, sem ou apesar do
governo que temos. Que o
diga a Paraíba. Por essas e outras, visões
e constatações como as do presidente da Fiep fortalecem
a mais
resistente esperança de que temos chances reais de em dezembro
acreditar que 2016 recolocará o Brasil na rota do desenvolvimento
humano e material. Isso, claro, se a crise política não
agravar
ainda mais a crise de governabilidade, essa
bem verdadeira e
palpável. Agora, se a travessia do
ruim para o suportável
acontecer sem rolar a cabeça da Presidente, aí, senhoras e
senhores, seus adversários partidários e midiáticos podem se
preparar. Porque serão enormes as chances de perderem
de novo
quando 2018 chegar.
Do Blog Carlos Magno, com JP