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17/03/2015

Pós-protestos: Rubens Nóbrega destaca otimismo do presidente da Fiep com economia brasileira


Se você parar para analisar as manchetes dos principais jornais brasileiros, as matérias sobre economia e Brasil nas principais redes de TV do país e os enfoques dados pelos portais nacionais de notícia sobre o Brasil, vai ver que houve uma mudança repentina no teor do que a mídia nos coloca diariamente. Se antes dos protestos do final de semana existia um país em que a economia seguia para o fundo do poço, agora temos uma economia que avança.

Porém, antes disso tudo o empresário Buega Gadelha, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba – Fiep já sabia que a economia em nosso país, nem de longe, estava indo para o beleléu, como muitos apregoam. Por isso, vale a pena ler o que o colega jornalista Rubens Nóbrega publica em sua coluna, na edição desta terça-feira (17) do jornal a Paraíba. São detalhes de uma interessante entrevista concedida por Buega analisando os rumos da economia brasileira e do país, com dados recentes sobre o desempenho do motor econômico nacional.

Rubens Nóbrega faz uma avaliação de interessante entreviista concedida pelo presidente da Fiep, Buega Gadelha, sobre a economia brasileira

Rubens Nóbrega faz uma avaliação de interessante entreviista concedida pelo presidente da Fiep, Buega Gadelha, sobre a economia brasileira

Veja a coluna, na íntegra. Vale a pena ler:

CONTRA A MARÉ

Surpreendeu-me positivamente ontem ouvir o empresário Francisco Buega Gadelha falar aos ouvintes da CBN João Pessoa que o Brasil não é essa ladeira abaixo toda como muitos acreditam, convencidos de que estamos numa banguela desgovernada rumo ao abismo que apregoam alguns badalados analistas e videntes de cenário econômico, secundados por alarmistas em geral e apocalípticos em particular.

Presidente da Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep), Buega lembrou no programa CBN Cotidiano, ancorado pelo inexcedível Bruno Filho, que a indústria nacional fechou o primeiro mês deste ano com crescimento de 2% e o setor de serviços, de 8,5%. Mais surpreendentes ainda e chineses seriam os números da Paraíba, que viu seu parque industrial expandir-se em torno de 6% ano passado, os empregos aumentarem cerca de 12% e a massa salarial, por volta dos 18%.

Melhor ainda, ele aposta que 2015 deve confirmar a tendência de alta dos indicadores econômicos da Paraíba, especialmente no setor industrial, com a instalação e início de operações de quatro ou cinco novas cimenteiras na fronteira com Pernambuco. Sem contar, acrescenta Buega, o bom momento por que passam o turismo e a construção civil no Estado, vez que nesses segmentos não baixou por aqui a retração que afetaria o restante do país.

As palavras de Buega Gadelha, ainda que não tenha sido essa sua intenção, batem de algum modo com a afirmação da Presidente Dilma no Pronunciamento à nação do último dia 8, quando disse que “nem de longe (o Brasil)está vivendo uma crise nas dimensões que dizem alguns”. Já o indisfarçado otimismo dele converge para o sentimento – ou a sensação – de que o bicho da propalada recessão pode não ser tão feio quanto parece nem merece tanto a fama de brabo e indomável que lhe atribuem.

Jogo nesse time dos otimistas. Jogo porque não consigo imaginar como pode entrar em colapso um país que é a sétima economia do planeta, que continua entre os três mais atraentes do mundo para investimento de longo prazo do capital estrangeiro, principalmente investimento produtivo, que conseguiu formar um mercado interno vigoroso tanto para o consumo como para o trabalho, um mercado que se expressa, por exemplo, na abertura de 9 milhões de micro e pequenas empresas nos últimos 12 anos.

Gostaria muito que um economista gabaritado, desses que preveem o fim dos tempos para logo mais, explicasse como e se é possível que todos os avanços sociais e econômicos conquistados pelo povo brasileiro ao longo de um decênio possam virar fumaça de uma pra outra ou mesmo em um ano ou dois. Não creio que apareça algum capaz de me convencer dessa possibilidade. Talvez porque sua previsão de debacle possa estar contaminada por uma quimera pessoal e não amparada em avaliação teórica ou cientificamente fundamentada, além de consistente.

Longe de mim isentar a gestão Dilma pelo que vem ocorrendo de ruim no país, consequência direta de equívocos que cometeu no primeiro mandato, a exemplo da redução de tarifas de energia sem combinar com São Pedro e o custo de geração termoelétrica que agora vamos pagar. Não dá, muito menos, para ‘abonar’ um ajuste ancorado no sacrifício da maioria e nenhum agravo, mínimo que seja, para os mais ricos e abastados. Mesmo assim, desgraçadamente as medidas de arrocho podem dar os resultados esperados pelo governo no médio prazo e, com isso, tanto a Presidente como seus ministros e seu partido manterão a cabeça sobre o pescoço pelos próximos quatro anos, todos a salvo das guilhotinas que movimentos como o de domingo, se engrossarem daqui pra frente, podem armar para qualquer governante.

RECUPERAR É POSSÍVEL

Tamanho e dinâmica própria da nossa economia podem perfeitamente fazer o país dar uma nova volta por cima. Não é miragem. Pode acontecer sim. Com, sem ou apesar do governo que temos. Que o diga a Paraíba. Por essas e outras, visões e constatações como as do presidente da Fiep fortalecem a mais resistente esperança de que temos chances reais de em dezembro acreditar que 2016 recolocará o Brasil na rota do desenvolvimento humano e material. Isso, claro, se a crise política não agravar ainda mais a crise de governabilidade, essa bem verdadeira e palpável. Agora, se a travessia do ruim para o suportável acontecer sem rolar a cabeça da Presidente, aí, senhoras e senhores, seus adversários partidários e midiáticos podem se preparar. Porque serão enormes as chances de perderem de novo quando 2018 chegar.

Do Blog Carlos Magno, com JP