Os taxistas de Campina Grande foram surpreendidos nesta terça-feira
(07) com a informação de que a Prefeitura de Campina Grande pretende extinguir
algumas praças de táxis no centro da cidade, como forma de melhorar a
mobilidade urbana no local. A medida, tomada de surpresa, foi extremamente
criticada nas emissoras de rádio da cidade – por taxistas e pela população em
geral.
Durante toda a manhã, taxistas formaram grupos e se
revezaram nas emissoras de rádio de Campina Grande, criticando a decisão da
prefeitura. Um dos depoimentos, dado pelo taxista Zito, bastante conhecido na cidade,
emocionou apresentadores e ouvintes. A entrevista de Zito, que trabalha como
taxista no centro da cidade há 43 anos, foi dado aos jornalistas Evilázio
Junqueira e Kennedy Sales, na Rádio Clube AM.
“Não tenho meu alvará para dar de graça à prefeitura, dar
meus 43 anos de trabalho. Eu recebi esse alvará na época do prefeito Evaldo
Cruz. Tem gente que vende sua praça por até 100 mil reais. Eu não. E não tenho
como ficar rodando na cidade, sem uma praça, sem um ponto fixo, com a gasolina
do preço que tá”. Neste momento, Zito se emociona e encerra a entrevista,
pedindo desculpas. “Peço desculpas a vocês pela emoção, mais tudo isso é muito
forte prá mim”.
Proposta da Prefeitura de Campina Grande que gerou revolta entre os taxistas é a de extinguir praças de táxis do centro, para melhorar a mobilidade urbana
Descaso - A partir
desse instante, vários ouvintes passaram a entrar no ar na emissora, para denunciar
descaso da prefeitura em áreas como Saúde e Educação, e criticar a extinção das
praças. “Você chega num posto de saúde não tem um médico. Quem verifica pressão
é um vigilante. Minha filha foi ao posto, que tinha marcado no dia 7, a médica
não estava porque tinha ido resolver um problema particular, e teve que
remarcar para o dia 27. A prefeitura deveria procurar fazer o que deve ser
feito”, disse o ouvinte Tenente York.
“A maioria dos postos de saúde da prefeitura sem ter médico
e a prefeitura não faz nada. Ao invés de perseguir taxista, deveria melhorar a
saúde. A gente vê os grupos escolares abandonados e a gente escuta a secretária
de educação dizendo que vai colocar vigilância eletrônica e nada faz e,
enquanto isso, as escolas estão abandonadas. A prefeitura deveria pensar nisso,
não prejudicar os taxistas e retirar o pão da boca de um pai de família”,
complementou o Tenente York.
Outro ouvinte, que se identificou como “Chico da Lata” mirou
a falta de estrutura no setor onde mora. “A Prefeitura deveria olhar muitas
coisas que devem ser feitas em Campina Grande. No setor onde eu moro, e que vocês
conhecem muito bem aqui, há muito tempo colocaram uma placa para fazer o calçamento.
Tinha até o valor do que seria gasto e até hoje não vieram fazer nada. Agora a
prefeitura está querendo tirar um ganha-pão dos seres humanos. Isso é uma ideia
de quem? Deveria a prefeitura se preocupar com as ruas que não são calçadas, não
fazer uma campanha para tirar os taxistas do centro da cidade”.
Por conta da repercussão negativa da medida, o sindicato que
congrega os taxistas de Campina Grande marcou uma reunião de emergência e
convidou representantes da prefeitura para explicar a medida e, juntos,
tentarem uma solução para o impasse.
Do Blog Carlos Magno