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07/04/2015

Mais inovação: Prefeitura de Campina Grande decide extinguir praças de táxis no centro da cidade e gera revolta entre taxistas


Os taxistas de Campina Grande foram surpreendidos nesta terça-feira (07) com a informação de que a Prefeitura de Campina Grande pretende extinguir algumas praças de táxis no centro da cidade, como forma de melhorar a mobilidade urbana no local. A medida, tomada de surpresa, foi extremamente criticada nas emissoras de rádio da cidade – por taxistas e pela população em geral.

 

Durante toda a manhã, taxistas formaram grupos e se revezaram nas emissoras de rádio de Campina Grande, criticando a decisão da prefeitura. Um dos depoimentos, dado pelo taxista Zito, bastante conhecido na cidade, emocionou apresentadores e ouvintes. A entrevista de Zito, que trabalha como taxista no centro da cidade há 43 anos, foi dado aos jornalistas Evilázio Junqueira e Kennedy Sales, na Rádio Clube AM.

 

“Não tenho meu alvará para dar de graça à prefeitura, dar meus 43 anos de trabalho. Eu recebi esse alvará na época do prefeito Evaldo Cruz. Tem gente que vende sua praça por até 100 mil reais. Eu não. E não tenho como ficar rodando na cidade, sem uma praça, sem um ponto fixo, com a gasolina do preço que tá”. Neste momento, Zito se emociona e encerra a entrevista, pedindo desculpas. “Peço desculpas a vocês pela emoção, mais tudo isso é muito forte prá mim”.


Proposta da Prefeitura de Campina Grande que gerou revolta entre os taxistas é a de extinguir praças de táxis do centro, para melhorar a mobilidade urbana

 

Descaso - A partir desse instante, vários ouvintes passaram a entrar no ar na emissora, para denunciar descaso da prefeitura em áreas como Saúde e Educação, e criticar a extinção das praças. “Você chega num posto de saúde não tem um médico. Quem verifica pressão é um vigilante. Minha filha foi ao posto, que tinha marcado no dia 7, a médica não estava porque tinha ido resolver um problema particular, e teve que remarcar para o dia 27. A prefeitura deveria procurar fazer o que deve ser feito”, disse o ouvinte Tenente York.

 

“A maioria dos postos de saúde da prefeitura sem ter médico e a prefeitura não faz nada. Ao invés de perseguir taxista, deveria melhorar a saúde. A gente vê os grupos escolares abandonados e a gente escuta a secretária de educação dizendo que vai colocar vigilância eletrônica e nada faz e, enquanto isso, as escolas estão abandonadas. A prefeitura deveria pensar nisso, não prejudicar os taxistas e retirar o pão da boca de um pai de família”, complementou o Tenente York.

 

Outro ouvinte, que se identificou como “Chico da Lata” mirou a falta de estrutura no setor onde mora. “A Prefeitura deveria olhar muitas coisas que devem ser feitas em Campina Grande. No setor onde eu moro, e que vocês conhecem muito bem aqui, há muito tempo colocaram uma placa para fazer o calçamento. Tinha até o valor do que seria gasto e até hoje não vieram fazer nada. Agora a prefeitura está querendo tirar um ganha-pão dos seres humanos. Isso é uma ideia de quem? Deveria a prefeitura se preocupar com as ruas que não são calçadas, não fazer uma campanha para tirar os taxistas do centro da cidade”.

 

Por conta da repercussão negativa da medida, o sindicato que congrega os taxistas de Campina Grande marcou uma reunião de emergência e convidou representantes da prefeitura para explicar a medida e, juntos, tentarem uma solução para o impasse.

 

Do Blog Carlos Magno