Finalmente, depois de muito tempo dando sorte ao azar, a
polícia prendeu, em Fortaleza, a acusada de ser a responsável por um crime que
chocou o Brasil, pela crueldade. Foi presa neste final de semana – e passou o
Dia das Mães atrás das grades – a mãe acusada de matar o filho autista colocando
veneno no sorvete de morango da criança. Segundo a polícia, ela também tentou matar o
marido, que sobreviveu.
A professora de educação física Cristiane Renata Coelho responde
pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio, os dois triplamente
qualificados, e pode pegar até 30 anos de prisão.
Foi um desfecho surpreendente para um crime praticado há
seis meses. Cristiane se entregou à polícia depois de ter a prisão preventiva
decretada. Ela é acusada de envenenar o próprio filho, Lewdo, de nove anos, que
tinha autismo, com chumbinho - um veneno de venda proibida, muito usado para
matar ratos.
Cristiane é acusada de matar o filho Lewdo, de 9 anos, que era autista, colocando o veneno chumbinho no sorvete de morango da criança
Cristiane também responde por tentar matar, com o mesmo
veneno, o marido: o subtenente do Exército, Francileudo Bezerra. Logo depois do
crime, ele era o suspeito. O militar chegou a ter a prisão decretada.
Mas a polícia descobriu que uma mensagem suicida, postada na
página dele em uma rede social, em que o militar dizia ter matado o filho,
havia sido alterada enquanto Francileudo estava em coma. A partir daí, Cristiane
passou a ser a suspeita do crime. O inquérito foi concluído quando a perícia
descobriu que ela teria feito pesquisas na internet sobre chumbinho no dia do
crime.
“O laudo realmente afirma que quem matou o menino Lewdo foi
a Cristiane, a própria mãe, e também quem envenenou o pai, Francileudo Bezerra,
foi também a mãe”, fala o delegado Wilder Brito.
Antes de ter a prisão decretada, Cristiane perdeu a guarda
do outro filho do casal, também autista, que voltou para o pai. “Ele quando me viu já tomou
aquele susto e correu, me agarrou. Eu sei que ele vai sentir falta do irmão,
porque os dois eram muito juntos, muito colados”, diz Francileudo Bezerra. Há
duas semanas, o subtenente deu entrada no pedido de divórcio.
Cristiane responde, agora, pelo homicídio do filho e pela
tentativa de homicídio do marido. Os dois crimes triplamente qualificados: um
agravante por terem sido cometidos de maneira cruel e sem chance de defesa das
vítimas. Se condenada, Cristiane pode pegar até 30 anos de prisão. Por ter
nível superior, ela está em uma cela especial na delegacia de inteligência em
Fortaleza e deve ser encaminhada ao presídio na semana que vem.
Do Blog Carlos Magno, com G1