Em algumas cidades do Brasil, seja por iniciativa das
direções ou até mesmo das prefeituras, algumas escolas estão pondo fim às
comemorações dos dias dedicados às mães (segundo domingo de maio) e dos pais
(segundo domingo de agosto). O objetivo é o de não constranger filhos de casais
homoafetivos que frequentem estas escolas. O assunto, onde é abordado, gera
muita polêmica.
Em São Paulo, por exemplo, no
ano passado as escolas da rede municipal instituíram o “Dia de quem cuida de
mim”. O assunto foi tratado em artigo pelo jornalista Reinaldo Azevedo, da
revista Veja, em seu blog. Ele contou a história de um pai que o procurou e que
disse ter dois filhos matriculados na rede municipal de ensino: o mais velho,
de 5 anos, na EMEI Cecília Meireles, e o mais novo, de 3 anos, no CEI Monteiro
Lobato.
Nas escolas, em datas como o dia das mães ou o dia dos pais, é comum as crianças prepararem homenagens, com a ajuda dos professores
“Ele (o pai) afirma que conversou com a coordenadora
pedagógica da EMEI e sugeriu que fossem mantidas as datas do “Dia dos Pais” e
do “Dia das Mães”, além de incorporar ao calendário esse tal “Dia de quem cuida
de mim”. Ele acha que essa, sim, seria uma medida inclusiva e não
preconceituosa. A resposta que recebeu dessa coordenadora pedagógica foi a
seguinte: ‘A família tradicional não existe mais’”, disse o jornalista, em seu
blog.
Reinaldo Azevedo disse que enviou um produtor para apurar e
este confirmou toda a história. “A iniciativa de criar o ‘dia de quem cuida de
mim’ partiu de reuniões do Conselho Escolar, das quais participam pais e
professores, e de reuniões pedagógicas entre os docentes”, diz o jornalista, ao
afirmar que o pai que o procurou, embora se considere muito presente na vida
escolar dos filhos, nunca tomou conhecimento desses encontros.
Achou pouco? Eis o que disse a Secretaria de Educação, em
nota: “Hoje em dia, a família é composta por diferentes
núcleos de convívio e, por isso, algumas escolas da Rede Municipal de Ensino
decidiram transformar o tradicional Dia dos Pais e das Mães no Dia de quem
cuida de mim”.
Em Salvador-BA, ocorreu o mesmo. Lá, ao invés de Dia das
Mães e do Dia dos Pais, foi criado o ‘Dia da Família’. No site iGay, a
informação vem acompanhada de comentário. “Para crianças e adolescentes que são
filhos de dois pais gays, a data (comemoração do dia das mães) pode causar
constrangimento e desconforto. O Dia dos Pais, por sua vez, pode trazer
sensações parecidas para quem tem mães lésbicas”.
Segundo o site, o Dia da Família é “uma data mais inclusiva
e coerente com uma sociedade contemporânea com novas configurações familiares”.
Em Brusque-SC, a situação está mais avançada. Lá, uma ação
na justiça chegou a proibir. EU DISSE: PROIBIR, em 2013, as comemorações dos
dias das mães e dos pais nas escolas. Além disso, uma audiência pública realizada na Câmara
Municipal da cidade discutiu uma proposta de “retirada do nome ‘pai’ e ‘mãe’ da
identidade de todas as crianças para não constranger quem tiver dois pais e/ou
duas mães”.
Mais perto de nós, em Petrolina-PE, também houve a decretação
do fim das comemorações do dia das mães e do dia dos pais nas escolas do
município, dando lugar a uma data única, chamada de Dia da Família. Lá, o fato
tem sido questionado por autoridades religiosas. Representantes da União de
Pastores Evangélicos de Petrolina – Upepe resolveram tirar satisfações com a Prefeitura.
A resposta que obtiveram é a de que não havia proibição,
pois a retirada das datas do calendário escolar não significava proibir as
escolas de realizar a comemoração e que cada uma, se quisesse, poderia fazer. Mas
ficou latente, lá, que a Prefeitura passava a não mais incentivar tais
comemorações. O presidente da Upepe, Pastor Clayton Antônio, disse que, com
isso, pode haver uma desvalorização da figura do pai e da mãe.
“Nós temos vivenciado, aqui em Petrolina, uma desvalorização
da comemoração dos dias dos pais e das mães pelo Poder Executivo, sendo criada
uma terceira via, que é o Dia da Família, para contemplar as multiplicidades de
família que existem no nosso dia a dia. Nós acreditamos que é uma
desvalorização do gênero masculino e feminino. O pai e a mãe não podem perder o
seu lugar de destaque na vida dos filhos, isto trará danos terríveis à nossa
sociedade”, declarou.
E você, o que acha? Concorda com os novos tempos e os tais “novos
conceitos de família”? Ou acha que ainda deveríamos respeitar tais datas?
Do Blog Carlos Magno
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