O número de assaltos a ônibus caiu para zero em Campinas
(SP), em janeiro deste ano. Essa estatística mensal foi registrada pela primeira
vez desde 1998, quando os roubos começaram a ser contabilizados. No ano
passado, segundo dados da Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano
de Campinas (Transurc), a média de roubos foi superior a 35 casos por mês, com
pico de 73 ocorrências em julho, o período mais violento.
A segurança no sistema de transporte da cidade tem sido
creditada ao fim do pagamento da tarifa com dinheiro, viabilizado a partir de
um acordo entre as empresas de ônibus e a Prefeitura. A medida fortaleceu o uso
do Bilhete Único eletrônico e, naturalmente, afastou os assaltantes. A mudança
na forma de pagamento entrou em vigor em 1º de outubro de 2014, quando o
pagamento da tarifa passou a ser feito somente com uso dos cartões eletrônicos.
Prefeitura e operadores do sistema defendem que a
iniciativa proporciona mais segurança,
agilidade e rapidez nos embarques. Até outubro, antes do novo sistema, a média
de assaltos era superior a 50 por mês. Foram registradas 404 ocorrências entre
janeiro e setembro de 2014. Depois da adoção da nova medida, houve apenas 20
ocorrências nos três últimos meses do ano. “A redução já tinha começado nos
três últimos meses do ano passado, quando iniciamos o novo modelo. Zerar os
assaltos é uma conquista importante e que, além de aliviar os motoristas e as
empresas, dá mais segurança para os usuários”, afirma o diretor de comunicação
da entidade, Paulo Barddal.
Inovação tecnológica –
O uso do Bilhete Único já atingiu 98% da operação do sistema, segundo Paulo
Barddal. A meta é alcançar 100% ainda no primeiro semestre, quando termina o
prazo para que os passageiros se adaptem às novas regras. A venda de bilhetes
no interior dos ônibus será realizada até 31 de maio.
Uma grande rede de estabelecimentos comerciais por toda a
cidade está apta a recarregar o cartão. “Mais ou menos 2% dos usuários ainda
não usam o Bilhete Único. Sabemos que tem uma parcela de pessoas, muitas de
outras cidades, que ainda precisa desses bilhetes”, explica Barddal.
O Bilhete Único Comum é um cartão que pode ser recarregado e
é feito sem custos nos postos de cadastramento da Transurc. O usuário precisa
se cadastrar e apresentar seus documentos pessoais. Esse bilhete ainda permite
integração: o usuário pode utilizar mais de um ônibus pagando uma única tarifa
dentro de um período de duas horas. O Bilhete Único Comum também possibilita a
realização de até duas viagens, mesmo que o saldo esteja zerado.
Já os bilhetes 1 Viagem e 2 Viagens foram criados para
atender aos usuários eventuais do sistema: pessoas que moram em outras cidades
ou então que usam eventualmente o transporte coletivo em Campinas. O valor do
cartão 1 Viagem é de R$ 5,50 (R$ 3,50 da passagem e R$ 2,00 do cartão), que é
reembolsado nos postos autorizados da Transurc. Já o bilhete que dá direito a
duas viagens custa R$ 9,00 (R$ 7,00 de tarifa + R$ 2,00 do cartão).
O cartão pode ser recarregado em um dos 325 estabelecimentos
da rede credenciada, que pode ser consultada no site da Transurc
(www.transurc.com.br) ou pelo telefone 0800-014-0204. O usuário também poderá
obter mais informações sobre os diferentes tipos de Bilhete Único nesses mesmos
canais.
Segundo o secretário de Transportes e presidente da Empresa
Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Carlos José Barreiro, a
medida apresenta duas vantagens. A primeira é a questão da segurança dentro dos
ônibus com a redução dos assaltos. “Antes, os roubos eram praticados com uma
chave de fenda ou algo assim. Depois passamos a ver pessoas armadas agindo em
grupo nos ônibus”, disse.
O outro ponto é a modernização do sistema. A proposta da
Emdec é implantar, em dois anos, o pagamento antecipado, onde os passageiros
pagam a tarifa fora dos ônibus. Até junho de 2015, a Emdec planeja adaptar os
terminais de ônibus que ainda são abertos e criar o processo de pagamento em
pontos de ônibus e por meio de aplicativos em celulares.
Requalificação dos
cobradores – Para absorver os 1.278 profissionais que ocupavam o posto de
cobrador, a Transurc implantou o Programa de Aperfeiçoamento Profissional
(PAP), o qual já formou 132 profissionais e possui 149 inscritos na última
etapa dos cursos de reciclagem e capacitação. A meta até o fim deste primeiro
semestre de 2015 é remanejar todos para demais funções nas empresas concessionárias.
“Alguns permanecem nos ônibus, alguns estão em cursos de
capacitação, outros pediram para sair e temos aqueles que foram reaproveitados
em outras funções nas empresas concessionárias. Outros 80 foram trabalhar em
linhas intermunicipais”, ressalva Barddal.
A associação oferece cursos para diversas funções, como
abastecedor, auxiliar administrativo, fiscal de tráfego, mecânico, motorista e
outros. O PAP é supervisionado pela Emdec e tem como parceiros o Serviço Social
do Transporte/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat) e o
Centro de Formação de Condutores (CFC) de Campinas (SP).
Raio X do Sistema – Campinas (SP) tem cerca de 1,1 milhão de
habitantes e o sistema de transporte, que tem o nome de InterCamp, é um dos
maiores do País com 1.240 ônibus em operação. A idade média é de 4,4 anos. O
sistema transporta 15,8 milhões de passageiros por mês na cidade, uma média de
500 mil por dia.
As empresas que operam o sistema de transporte público de
Campinas investiram R$ 82 milhões na aquisição de 180 novos ônibus para a frota
em 2014. A cidade é uma das pioneiras do país a operar com biodiesel,
combustível obtido a partir de matérias-primas vegetais ou animais, que permite
a redução da emissão de poluentes. Iniciado há dez anos, o projeto atinge
atualmente 100% da frota.
Do Blog Carlos Magno
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