A Catedral Diocesana de Nossa Senhora da Conceição, no
centro de Campina Grande, realizou na noite desta quinta-feira (27) uma
formação para agentes de pastorais, aberta aos fiéis católicos em geral, sobre
a nova Encíclica do Papa Francisco, ‘Laudato Si’, apresentada pelo pontífice em
maio. Na Encíclica, o papa fala, sobretudo, em relação ao meio ambiente,
enfocando as complicações causadas pela ação do homem moderno.
A apresentação da Encíclica, com o detalhamento dos capítulos
e a explicação de cada um deles foi feita pelo seminarista Van Victor, com
participação do pároco da Catedral, Luciano Guedes. Durante cerca de 1 hora e
meia, Van Victor explicou a preocupação do papa e as cobranças que ele fez, na
Encíclica, sobre os que mais estão degradando o meio ambiente, citando, por
exemplo, as nações mais poderosas do planeta.
A apresentação da Encíclica foi feita pelo seminarista Van Victor, com participação do pároco da Catedral, Luciano Guedes
Ele também falou sobre a preocupação do papa em relação às
pessoas, sem distinção, considerando que todos nós vivemos no planeta Terra e
que temos, indistintamente, responsabilidades sobre os destinos da Criação. “Não
é ‘a natureza’ e ‘nós’, ‘o meio ambiente’ e ‘nós’. Todos sofremos quando
agredimos o meio ambiente”, disse.
Ele explicou sobre capítulo da Encíclica que fala das
mudanças climáticas, mostrando que, gradativamente, há um aumento na
temperatura das cidades. “Campina Grande, por exemplo, era fria no passado. Hoje
enfrentamos um calorão e isso afeta tudo”. Victor lembra que os impactos dessa
mudança serão sempre maiores entre os mais pobres.
Crítica aos Poderosos
- Ele citou trecho da Encíclica no qual o Papa Francisco critica o modo
como os poderosos encaram este problema. “Muitos daqueles que detém mais
recursos e poder econômico ou político parecem concentrar-se sobretudo em
mascarar os problemas ou ocultar os seus sintomas, procurando apenas reduzir
alguns impactos negativos de mudanças climáticas”, diz o documento.
A Encíclica ‘Laudato Si’ também aborda a questão da água e a
preservação da biodiversidade – esta, uma consequência direta de uma
intervenção humana. “O homem também vai contra a beleza e perfeição da Criação
de Deus”, diz Van Victor.
Em momento duro da Encíclica, o Papa aborda o que ele chama
de ‘dívida ecológica’, criticando “países desenvolvidos, ávidos consumidores
que já cometeram grandes crimes contra seus próprios ecossistemas e pressionam
os países em desenvolvimento por recursos, enquanto discursam sobre preservação”.
“É como se os países ricos dissessem: estamos pagando para que vocês continuem subdesenvolvidos”,
disse Victor.
O Papa Francisco apresenta, na Encíclica, as bases bíblicas
da visão ecológica da Igreja, lembrando que o fato de sermos feitos à imagem e
semelhança de Deus “não quer dizer que sejamos donos do mundo e que possamos
desmandar em toda a Criação”. Ele também destaca os avanços da tecnologia, de
forma muito positiva, mas alerta para a concentração dessa tecnologia nas mãos
de alguns, em detrimento de todos.
Proposta da Igreja – A
proposta do papa para minimizar os problemas elencados na Encíclica vem no
Capítulo IV, que ele denomina de ‘Uma Ecologia Integral’, definida, por
Francisco, como uma ecologia “que integre o lugar específico que o ser humano
ocupa neste mundo e as suas relações com a realidade que o circunda”.
O papa aponta as bases de como a sociedade deve se organizar
para garantir condições dignas de viver e convida a uma conversão ecológica, mesmo
reconhecendo que não é fácil reformular conceitos e procedimentos. “O caminho a
ser seguido é: educação através da escola, família, meios de comunicação e
catequese”, lembra Van Victor.
“Que cada um faça a sua parte. Pequenos gestos fazem parte
de uma grande ação. E que saibamos da importância do cuidar das nossas relações
com Deus, com o próximo e com a terra”, conclui o seminarista.
Ao final, o padre Luciano parabenizou o seminarista Van Victor
pela explicação da Encíclica e fez uma avaliação da mensagem do papa. Segundo o
pároco, é importante que cada um faça a sua parte e, mais que isso, possa
transmitir essa mensagem, em forma de alerta, para as pessoas com as quais
temos contato diariamente - Pascom/Catedral.
Blog Carlos Magno
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