Um medicamento usado para tratar o alcoolismo em combinação
com outras substâncias poderá contribuir para a erradicação do vírus da aids
nas pessoas soropositivas em tratamento, aponta um estudo divulgado nesta
terça-feira (17).
O medicamento, chamado disulfiram, acorda o vírus adormecido
no organismo infectado, permitindo assim destruir tanto o vírus quanto as
células que o abrigam, e isso sem efeitos colaterais, notam os autores da
pesquisa, publicada na revista especializada "The Lancet HIV".
Com mais de 34 milhões de mortes até hoje, o HIV continua sendo um grande problema de saúde pública, segundo a OMS. No final de 2014, registrava-se cerca de 36,9 milhões de pessoas vivendo com o HIV
Atualmente um tratamento antirretroviral (ART), um coquetel
de medicamentos padrão chamado terapia tripla, permite manter o vírus (hiv) em
controle nos pacientes soropositivos, mas sem deixá-los completamente livres.
O vírus permanece à espreita no organismo das pessoas
tratadas, de forma latente (inativo). Este reservatório, difícil de alcançar, é
um dos maiores obstáculos para o desenvolvimento de um tratamento para
proporcionar alguma cura.
"Acordar" o vírus latente é uma estratégia promissora
para livrar o paciente do hiv.
Mas "despertar o vírus é apenas o primeiro passo para
eliminá-lo", disse Julian Elliot, diretor de pesquisa clínica no
departamento de doenças infecciosas no Hospital Alfred de Melbourne
(Austrália), primeiro autor do estudo.
"Agora, temos que trabalhar a maneira como nos
livrarmos das células infectadas", acrescentou.
Outras drogas foram também testadas para atacar o
reservatório de hiv, mas sem muito sucesso, ou que se mostraram tóxicas. No
ensaio clínico liderado por Sharon Lewin, diretora do Instituto Doherty em
Melbourne, 30 pessoas em tratamento antirretroviral receberam doses crescentes
de disulfiram durante um período de três dias.
Na dose mais elevada, a estimulação do hiv adormecido sem
reações adversas nos pacientes, foi obtida, de acordo com os autores.
"Este teste mostra claramente que o dissulfiram não é
tóxico e é seguro de usar, e que poderia muito provavelmente ser o único a
mudar a história", disse Lewin em comunicado divulgado por seu instituto.
O próximo passo, segundo os pesquisadores, é testar esta
droga em combinação com outras, tendo como alvo o próprio vírus.
"O resultado obtido continua insuficiente", disse
à AFP Brigitte Autran, especialista em imunologia e em aids da Universidade
Pierre et Marie Curie/Inserm, em Paris, e co-autora de um comentário
acompanhando o artigo.
"Ainda estamos muito longe de encontrarmos a solução
para obtermos uma verdadeira cura dos pacientes soropositivos e até mesmo uma
remissão que permitiria suspender o tratamento", afirmou a especialista.
Com mais de 34 milhões de mortes até hoje, o hiv continua
sendo um grande problema de saúde pública, segundo a OMS. No final de 2014,
registrava-se cerca de 36,9 milhões de pessoas vivendo com o hiv – Bem Estar/G1.
Portal Carlos Magno
VEJA TAMBÉM:
- Mãe confessa como matou o filho: “Paulistinha agarrou ele pelas costas e Xana golpeou de faca; eu ainda vi ele ciscando”
-Cheirar pum pode prevenir câncer, AVC, ataque cardíaco, artrite e demência, diz estudo de universidade do Reino Unido
- UEPB vai ganhar curso de Medicina no campus de Campina Grande. Veja detalhes
-Cliente que passar mais de 20 minutos em fila de banco na Paraíba receberá indenização
- Católicos de Campina Grande terão espaço próprio para realizar ECC e outros encontros da igreja