A Justiça de São Paulo negou neste ano o pedido de
indenização por danos morais, de mais de R$ 700 mil, proposto pela advogada da
modelo e atriz Viviany Beleboni, de 27 anos, que é transexual e se crucificou
na 19ª Parada Gay em junho de 2015, contra o senador Magno Malta (PR-ES), que é
pastor evangélico. A decisão foi publicada no site do Tribunal de Justiça (TJ)
de São Paulo e confirmada nesta quarta-feira (9) ao G1 por meio de sua
assessoria de imprensa.
Na ação por danos morais, que pedia R$ 788 mil de
indenização, Viviany declarou que foi ameaçada pela internet após encenar a
crucificação de Jesus Cristo na Parada do Orgulho LGBT, região central da
capital. Ela estava com os cabelos cobrindo os seios, uma coroa de espinhos na
cabeça e em cima da cruz, uma placa foi colocada com o texto: “Basta de
homofobia”.
Manifestação contra a homofobia na 19ª Parada do Orgulho LGBT na Avenida Paulista (7) (Foto: Reuters/Joao Castellano)
Viviany alegou ainda que passou a ser hostilizada nas redes
sociais após o político criticá-la na imprensa, o que teria gerado atos de
intolerância religiosa contra ela. Em agosto do ano passado, dois meses após a
Parada Gay, ela afirmou, em vídeo postado em sua página no Facebook, que foi
agredida perto de sua casa no Centro de São Paulo.
Decisão – Em sua
decisão, a juíza Letícia Antunes Tavares, da 14ª Vara Cível da capital,
argumentou que a encenação da crucificação de Viviany como Jesus foi amparada
pela garantia constitucional da liberdade de expressão e, certamente, a autora
atingiu seus objetivos, atraindo a atenção do público para a causa que
representa.
De acordo com o site do TJ, a magistrada, destacou que o
exercício consciente do direito de liberdade deve corresponder ao dever em
arcar com o ônus e a popularidade ou impopularidade que esta liberdade
representa. “Não se encontram presentes os requisitos para configuração da
responsabilidade civil, pois o exercício do direito de crítica por parte do
requerido é lícito e não há provas de que este tenha violado a honra ou imagem
da autora, nem de que a ameaçou”, escreveu a juíza.
Envolvidos – O senador
Magno Malta comentou a decisão judicial que negou o pedido de indenização a
Viviany.
"Jamais cometi crime de intolerância ou preconceito
contra Viviany Beleboni, mas fiz pronunciamento contra o ato agressivo em via
pública. Ao desfilar crucificada na Parada Gay, Viviany chocou o país que tem
um povo cristão. Não tiro nenhuma palavra do que falei em plenário, recebi com
naturalidade a ação da transexual, mas sabia que a Justiça entenderia que
estava apenas no dever de senador e presidente da Frente Parlamentar em Defesa
da Família denunciando uma prática ofensiva ao povo cristão. Espero que Viviany
tenha aprendido a lição e não repita estas provocações", declarou Malta,
por meio de nota enviada por sua assessoria ao G1.
Em sua defesa no processo, segundo o TJ, o político
respondeu que não houve declaração de ameaça ou ofensa à Viviany, uma vez que
as críticas foram dirigidas aos atos que teriam debochado de símbolos
considerados sagrados para o cristianismo, e não à modelo.
No ano passado, Magno entrou com uma queixa-crime na
Procuradoria Geral da República contra a modelo por crime de vilipêndio,
escárnio e intolerância religiosa.
Procurada para comentar o assunto no início desta tarde, a
advogada de Viviany, Cristiane Leandro de Novais, afirmou que estava ocupada e
não poderia atender a equipe de reportagem – G1.
Portal Carlos Magno
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