O número de passageiros de ônibus urbanos no país caiu em
média 4,2% no ano passado em relação a 2014.
Levantamento inédito da NTU (Associação Nacional das
Empresas de Transporte Urbano) estima uma perda de 900 mil usuários por dia.
Trata-se do quarto ano seguido de queda –e a maior
registrada nesta década.
Esse mapeamento é feito pela entidade a partir dos dados de
16 grandes cidades (incluindo as maiores capitais), que detêm praticamente dois
terços dos passageiros transportados no Brasil inteiro.
A diminuição do número de passageiros cria uma dificuldade adicional para prefeituras e governos estaduais, que são os responsáveis pela gestão desse sistema (Foto: Avener Prado / Folhapress)
Nas duas últimas décadas, os ônibus chegaram a perder espaço
diante da concorrência de outros modos de transporte –como motos e carros.
A principal explicação para a queda de 2015, porém, é a crise
econômica – que incentiva mais deslocamentos a pé e reduz as viagens de
trabalhadores empregados.
"A pessoa nem sai mais para procurar emprego porque não
acha", avalia Otávio Cunha, presidente da NTU.
A diminuição do número de passageiros cria uma dificuldade
adicional para prefeituras e governos estaduais, que são os responsáveis pela
gestão desse sistema.
Como a receita das empresas cai, é necessário readequar as
despesas delas ou aumentar tarifas para cumprir os contratos com as viações.
Como a pressão contra a alta das passagens é grande e haverá
eleições municipais neste ano, os desequilíbrios agravam problemas de
qualidade.
Cerca de 85% dos usuários de transporte público no Brasil
circulam em ônibus.
Os números eram ruins no primeiro semestre de 2015, mas
pioraram nos seis últimos meses do ano, quando a queda média beirou 7%.
As cidades que registraram os maiores tombos no fluxo foram
Curitiba (PR) e Goiânia (GO), com 8% de redução do número de passageiros. Em
SP, a queda foi de 0,9%.
O levantamento indica que a queda de usuários vinha sendo
mais forte nas regiões periféricas das grandes cidades (áreas mais
industriais). Os números do segundo semestre, no entanto, apontam que esse
problema se alastrou para as capitais (onde há mais prestação de serviços).
Prefeitos fazem pressão no Congresso por um projeto de
mudança constitucional que permitiria aos municípios cobrar novo imposto sobre
a venda de combustíveis para financiar as tarifas de ônibus.
Segundo cálculos da NTU, uma taxa de R$ 0,10 no combustível
na cidade de São Paulo renderia R$ 600 milhões por ano – equivalentes a quase um
terço dos atuais subsídios municipais aos ônibus – Folha.
Portal Carlos Magno
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