Uma pesquisa realizada pela Unicamp, em Campinas (SP),
mostra que o uso de adoçante à base de sucralose pode fazer mal quando
misturado com alimentos quentes. Pesquisadores da Faculdade de Ciências
Farmacêuticas descobriram que quando aquecida, a molécula sofre mudança na
estrutura e libera susbtâncias tóxicas.
A sucralose é um derivado do próprio açúcar da cana, mas com
moléculas modificadas através de processos químicos. Ela é um dos adoçantes
mais consumidos no mundo. No entanto, apesar dos rótulos informarem que ela
pode ser utilizada em bebidas quentes como chás e cafés, os pesquisadores
descobriram que quando aquecida a 90ºC por mais de 15 minutos, sua composição
se transforma.
Segundo o estudo da Unicamp, alguns dos componentes tóxicos encontrados nos adoçantes à base de sucralose são os mesmos da fumaça do cigarro
Transformação – Segundo
o coordenador da pesquisa Rodrigo Ramos Catharino, isso acontece porque existe
um processo de combustão de matéria orgânica. "Se decompôs, carbonizou, e
nessa carbonização, nessa decomposição os compostos foram então
transformados", explica.
Os testes realizados em laboratório mostraram que a
sucralose aquecida liberou substâncias tóxicas e cumulativas no organismo. As
principais foram os "HPAs", que são os hidrocarbonetos policíclicos
aromáticos, substâncias semelhantes as encontradas na gordura do churrasco e
com grande potencial cancerígeno.
Cancerígeno – Os pesquisadores
também identificaram o ácido clorídrico, o mesmo gás que foi liberado no
acidente com carga química no porto de Santos e mandou moradores para o
hospital com problemas respiratórios.
"A partir do momento em que você passa por um processo
de decomposição dessa molécula de sucralose, a gente pode dizer sem dúvida
nenhuma que esses compostos produzidos são sim tóxicos ou cancerígenos",
explica o pesquisador.
Cinco tipos de testes foram realizados para confirmar os
efeitos nocivos da sucralose aquecida. A pesquisa foi publicada
internacionalmente e está na página da Scientific Report do grupo Nature.
Bolos e doces – Os
pesquisadores alertam também para o risco do uso da sucralose na preparação de
doces e bolos, já que no forno a temperatura passa dos 200º C e libera com
facilidade as substâncias que podem provocar o câncer.
Segundo o estudo da Unicamp, alguns dos componentes tóxicos
encontrados são os mesmos da fumaça do cigarro. Mas a pesquisa também concluiu
que sem aquecimento e consumida com moderação, a sucralose não faz mal nenhum à
saúde.
"Se você toma a sucralose em bebidas ou em preparados
de alimentos que não vão ao aquecimento, sem dúvida nenhuma continua sendo uma
molécula segura", ressalta. O próximo passo da pesquisa é fazer teste em
animais – G1.
Portal Carlos Magno
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