“Brasil, vocês são nosso próximo alvo. Podemos atacar esse
País de merda”. A ameaça foi postada em novembro de 2015, em um perfil do
Twitter que tinha como dono Maxime Hauchard, 22 anos. A Agência Brasileira de
Inteligência (Abin) afirmou, nesta quarta-feira (13), que o perfil realmente
pertence ao terrorista francês que aparece em vídeos do Estado Islâmico
decapitando sírios.
A mensagem foi postada uma semana após os atentados
coordenados na França, que deixaram 129 mortos e dezenas de feridos. A conta na
rede social do terrorista já foi suspensa. “Monitoramos e percebemos que o
perfil realmente era do Maxime, um dos líderes do Estado Islâmico. A partir do
momento da postagem houve uma maior intensidade nos discursos de agressividade
dos autoproclamados seguidores do grupo terrorista no Brasil”, afirmou o
diretor de Contraterrorismo da agência, Luiz Alberto Sallaberry, na Feira Internacional
de Segurança que está sendo realizada no Rio de Janeiro.
“Brasil, vocês são nosso próximo alvo. Podemos atacar esse País de merda”, disse pelo twitter Maxime Hauchard, 22 anos, terrorista francês que aparece em vídeos do Estado Islâmico decapitando sírios
“Maxime é uma espécie de garoto-propaganda do Estado
Islâmico. Saiu de um vilarejo no interior da França para a Síria, aos 18 anos,
onde se integrou ao terrorismo. É o segundo na linha de comando de
decapitadores e gosta de dizer que estar no grupo “é como estar no Éden”,
descreveu o diretor a uma plateia de especialistas em segurança.
Segundo Sallaberry, no Brasil há um crescente nível de
pessoas que dizem ter feito o juramento ao califado do Estado Islâmico, ou
seja, concordantes com um grupo que deturpou os princípios da religião islâmica
e utiliza a violência para expandir seu domínio territorial.
“Quando uma pessoa faz o juramento ao califado e se torna
autoproclamado ela está disposta a cometer qualquer atentado violento em nome
do grupo. A ordem não precisa ser presencial, pode ser via internet”, disse
Sallaberry.
Lobos Solitários – Os
ataques dos chamados ‘lobos solitários’, pessoas que praticam ataques sozinhas,
são a maior preocupação da agência para a Olimpíada no Rio de Janeiro. Dez
delegações, entre elas dos Estados Unidos e Canadá, são classificadas pela
agência com nível “muito alto” para ataques. O nível de ameaça da delegação
brasileira é alto.
O monitoramento das redes sociais é uma das atividades da
Abin para combater o terrorismo. Por razões de segurança, Sallaberry não
divulga o número de pessoas que se dizem autoproclamadas e que são monitoradas.
Cursos para auxiliar
na identificação de terroristas – Para melhor ilustrar seu discurso na
Feira Internacional de Segurança, o diretor de Contraterrorismo da Agência
Brasileira de Inteligência, Luiz Alberto Sallaberry, apresentou bandeiras do
Brasil onde, em árabe, está escrito “Deus acima de tudo”, com símbolos do
Estado Islâmico, postadas por pessoas monitoradas.
“Posso dizer que são de origem salafista sunita, comunidade
que está ligada ao Estado Islâmico. Não estou dizendo que vai acontecer um
atentado. Estou dizendo que é a primeira vez que a probabilidade aumentou sobremaneira
no nosso país”, afirmou o diretor da agência.
Para evitar possíveis ataques, a Abin intensificou cursos
com setores de hotelaria, taxistas e outras pessoas para que elas possam
identificar possíveis alvos terroristas em território nacional. Além disso, faz
constante intercâmbio com forças estrangeiras e internas. “O sucesso contra o
terrorismo só é possível com cooperação. O terrorista é a ameaça sem rosto.
Pode ser qualquer um”, afirmou em seu discurso – IG.
Portal Carlos Magno
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