A Secretaria de Turismo de Pernambuco solicitou, na tarde
desta sexta-feira (24), que a Polícia Civil investigue a veracidade de áudios
divulgados pelo WhatsApp, supostamente atribuídos aos cantores André Rio e
Cezzinha. Nas gravações, os autores denunciam esquema de propina na Empetur
para a contratação de shows.
Os áudios começaram a circular na última quarta-feira (22)
em um grupo de artistas pernambucanos e logo tornaram-se públicos. No primeiro
áudio, o interlocutor, supostamente André Rio, dá detalhes de como funcionaria
o acordo.
Os áudios começaram a circular na última quarta-feira (22) em um grupo de artistas pernambucanos e logo tornaram-se públicos. No primeiro áudio, o interlocutor, supostamente André Rio, dá detalhes de como funcionaria o acordo
"Hoje me ofereceram quatro shows na Empetur. Quatro e
mais dois na Fundarpe. Acontece que eu tinha que deixar metade do meu cachê de
comissão. Tá vendo como são as coisas aqui nesse Estado, como está o Estado? Agora, tem muito
artista aqui que aceita. (...) Depois ficam reclamando que a gente é tratado
dessa forma. Se todo mundo não tiver uma postura de hombridade, de não aceitar,
de denunciar. Eu não pago nenhum tipo de bola", afirmou.
Na mesma gravação, afirma que chegam a cobrar metade do
cachê para que os contratos sejam fechados. "Eles têm a obrigação
constitucional de promover a nossa cultura. É um absurdo eles chegarem de
última hora, oferecerem uma cidade longe... Pega o cachê e diz que, no meu
caso, o cachê é X e eu tenho que deixar metade do X de 'bola' para as pessoas
que dirigem esses órgãos, essa esculhambação. Temos que nos juntar e ir ao
Ministério Público botar para arrombar nesse povo todo", acrescenta.
Já no áudio atribuído a Cezzinha, ele corrobora as palavras
da primeira gravação. "Vi aqui que André tomou uma atitude que já venho
falando há muito tempo, que deveríamos tomar. Algumas pessoas devem estar
perguntando por que eu não estou fazendo muitos shows... Por conta dessa sacanagem.
Eu acho que a gente tem que se posicionar, tem que acabar essa roubalheira toda
e tem que se unir. É nessa hora que acho que a gente tem que fazer a diferença.
Vamos fazer a diferença se unindo e agindo com atitude".
No ofício, assinado pelo secretário de Turismo Felipe
Carreras, a secretaria formaliza o pedido de abertura de inquérito policial
para apurar a veracidade das informações contidas nos áudios, que falam em
cobrança e exigência de vantagens por agentes da Empetur para a formalização de
contratos para shows.
"As considerações contidas nas gravações possuem vigor
suficiente para instruir a abertura de procedimento investigatório, no sentido
de elucidar a verdade dos fatos e estabelecer responsabilidades, inclusive na
hipótese de não espelharem a realidade", diz o texto direcionado ao chefe
da Polícia Civil, Antônio Barros.
O secretário Felipe Carreras afirmou que cabe ao denunciante
provar as acusações. "Foi feita uma denúncia e ninguém diz quem é o
culpado para que possamos punir algum eventual ato ilícito. Agora, quem acusou
tem que provar o que está dizendo. Quem fez a denúncia tem que apontar o
culpado ou responder pelo que disse", ponderou Carreras.
Segundo ele, os artistas poderão ser acionados por danos
morais, caso sejam os reais autores da denúncia e não consigam provar o que
dizem. O G1 tentou contato com os cantores André Rio e Cezzinha, mas até o
momento não obteve retorno. A Polícia Civil só deve se pronunciar sobre o caso
no início da próxima semana – G1.
Portal Carlos Magno
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