Bem no coração do Agreste da Paraíba, um prédio com aspectos
antigo, mas conservado a estrutura original se ergue à vista de quem se
aproxima. Ao cruzar as portas, o visitante se depara com uma realidade dura de
quem viveu toda uma vida, e é possível perceber a grandiosidade do trabalho
realizado com amor. Histórias de sonhos, decepções, alegrias, tristezas e
abandono se multiplicam. O Lar Sagrada Face mostra ao mundo moderno como os
ensinamentos de Jesus, principalmente o mandamento do “amor ao próximo”, pode
ser vivido em sua essência.
As rugas no rosto de alguns idosos, o olhar terno, o sorriso
espontâneo, traduzem a experiência de vida. Pessoas como a aposentada Maria de
Lourdes, que aos 87 anos passa a maior parte do tempo sentada na cadeira com o
terço na mão. Há três anos, ela foi deixada pela família na instituição e,
desde então, mudou a sua vida. Hoje passa maior tempo em silêncio ou meditando
os mistérios do terço. A aposentada Odívia da Silva, de 73 anos, amputou uma
perna e encontrou no Lar um refúgio para voltar a sorrir e descobrir o sentido
da solidariedade.
O Lar Sagrada Face, abrigo de idosos com sede no sítio Rosa Branca, zona rural de Lagoa Seca, está em dificuldades e core o risco de fechar as portas, pois tem um déficit mensal de aproximadamente R$ 10 mil
O Lar Sagrada Face, abrigo de idosos com sede no sítio Rosa
Branca, zona rural de Lagoa Seca, foi fundado há 45 anos por Frei Matias,
religioso franciscano, já falecido. É administrado pela Diocese de Campina
Grande e dirigido pelo Padre Clemente Medeiros. Atualmente, a instituição tem
22 funcionários para cuidar de 16 idosos, a maioria cadeirante, que contribuem
com a aposentadoria ou benefício. A soma dessas contribuições chega a um pouco
mais de 9 mil reais. A renda dos doadores fixos que contribuem mensalmente
chega a 10 mil reais. Já os gastos das despesas com funcionários, encargos trabalhistas
e contas fixas ultrapassam os 26 mil reais.
A instituição atravessa dificuldade e corre o risco de
fechar. Desde o mês de abril que o Lar funciona de forma precária por conta da
crise e dos aumentos de salários dos funcionários, encargos trabalhistas e
contas fixas. Para cobrir as despesas, Pe Clemente diz que é necessário,
urgentemente, pelo menos mil doadores financeiros por mês, cada um contribuindo
com R$ 10.00. Se se isso não acontecer, a instituição corre o risco de encerrar
as suas atividades.
“Se não houver uma resposta real, corremos, sim, o risco de
fechar. Por isso estamos pedindo à população de Campina Grande e cidades
vizinhas que nos ajude, assumindo o compromisso de doar 10 reais por mês”
apelou o padre.
Segundo o Pe Clemente, desde o mês de abril a entidade
funciona no vermelho e as dificuldades só aumentam. Por causa da crise
econômica e dos constantes aumentos, os problemas só se agravam. Em especial, o
financeiro, ameaçando a entidade a fechar suas portas.
“Para que possamos dar continuidade a esse importante
trabalho em benefício dos idosos, precisamos de uma resposta urgente da
sociedade. Nesse sentido, apelamos para que as pessoas que queiram ajudar, com
apenas 10 reais, que o faça de forma generosa. Precisamos dos doadores fixos
para, a curto prazo, manter todos os serviços que prestamos e honrarmos com as
despesas”, disse o sacerdote.
Segundo o Padre Clemente, a ajuda também pode ser feita
através alimentos, medicações, fraudas. Um mensageiro identificado vai à casa
do doador buscar a doação. Os interessados em contribuir com a instituição
podem ligar para o telefone 9 8747-9420.
O Lar da Sagrada Face era mantido através das mensalidades
do Colégio Assta, no Ponto Cem Réis, em Campina Grande, que encerrou suas
atividades. Hoje, é mantido através das doações de pessoas bondosas, através de
um telemarketing.
O Lar da Sagrada Face sobrevive de doações e não tem ajuda
do governo. Sua parte externa se encontra bastante degradada, não possui cerca
nem portões adequados, e por isso tem sido alvo de vândalos que depredaram sua
fachada, colocando em risco funcionários que trabalham no local. As doações
mensais que a instituição recebe não conseguem suprir todas as necessidades dos
idosos, que precisam de assistência médica e psicológica, além de remédios, de
produtos de higiene pessoal e de limpeza.
Portal Carlos Magno
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