A jornalista Larissa Sousa, da TV Paraíba, que teve o
celular tomado por um bandido enquanto produzia uma reportagem sobre roubos em
frente à Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, usou seu perfil no
facebook para fazer um desabafo. Ela criticou pessoas que insinuaram que a
profissional tivesse tido uma postura sensacionalista, na produção da matéria
em que ela própria foi alvo dos bandidos.
Segundo Larissa, o que ela mostrou na reportagem foi a sua
indignação por ter provado do mesmo sentimento de indignação e impotência por
que passam centenas de pessoas, diariamente, aos erem vítimas de bandidos. “Eu
já tinha ouvido falar o quanto é ruim ser roubada, mas pude sentir essa
sensação de impotência diante de uma violência que parece não ter mais controle
na nossa cidade”, disse ela.
Larissa Fernandes mostrou na reportagem a sua indignação por ter provado do mesmo sentimento de indignação e impotência por que passam centenas de pessoas, diariamente, aos erem vítimas de bandidos
Abaixo, a postagem da colega jornalista. Mas antes, quero
concordar com o conteúdo da postagem. O que Larissa mostrou foi o quanto ela
ficou transtornada, ao ser assaltada, num misto de revolta, indignação e impotência,
diante do fato de ter seu celular – objeto pessoal e de trabalho – levado por
um bandido, fato que ocorre com tantas pessoas no dia a dia, que não tem a oportunidade
que ela teve de externar a sua revolta.
Veja a postagem:
O assunto pede textão...então vamos lá!
Quarta feira à noite peguei minha pauta e saí da redação
pra, mais uma vez, mostrar aquilo que tem se tornado cotidiano: a violência.
Mas, eu não imaginava que dessa vez a vítima seria eu.
Quem acompanhou a reportagem viu como tudo aconteceu e pôde
observar o meu desespero na hora. Vivenciei aquilo que tantas pessoas me
relatam diariamente. Eu já tinha ouvido falar o quanto é ruim ser roubada, mas
pude sentir essa sensação de impotência diante de uma violência que parece não
ter mais controle na nossa cidade.
Fui bombardeada por mensagens e ligações. Virei assunto nas
redes sociais, e só agora pude ver um pouco do que foi comentado.
Lamento a postura de alguns comunicadores que questionaram a
maneira como conduzimos o material que foi ao ar, dando a entender que
estávamos fazendo sensacionalismo com a situação.
Na verdade, toda a nossa indignação no ar não foi em busca
de holofotes, nem pra questionar o fato de uma repórter ser assaltada (até
porque não me sinto diferente de ninguém, apenas não imaginei que algum bandido
teria a coragem de me furtar estando com câmera e microfone ligados, e com a
polícia a poucos metros de distância). A nossa intenção foi e sempre será
divulgar as condições de insegurança que ameaçam a todos, e claro, cobrar
providência das autoridades pra que mais gente não seja vítima desse tipo de
caso.
Lamento também a forma como algumas pessoas trataram o
assunto. Teve gente que sorriu, como se fosse a coisa mais natural do mundo
passar por isso.
Teve quem disse que a culpa do furto foi minha, por usar o
celular no meio da rua. Acredite! Mas, tem se tornado comum esse tipo de
posicionamento, onde a vítima se torna ré, infelizmente.
Assim dá pra compreender porque essas coisas acontecem
tanto... É fácil justificar a ineficiência na segurança responsabilizando
alguém que “vacilou” ao usar o celular na rua.
Simples assim: A vítima passa a ser o culpado, o bandido
fica impune e livre pra cometer o mesmo delito no dia seguinte, sem o menor
pudor.
Ao contrário de uma minoria que fez questionamentos e
comentários descabidos, houve uma enxurrada de gente que me mandou mensagens em
solidariedade, que me encontrou na rua e demonstrou indignação. A estes
agradeço todo cuidado.
Muita gente disse que passou pela mesma situação, e que ao
ver o meu testemunho na TV, se emocionou lembrando o que viveu em outro
momento.
Nesse aspecto, sinto que cumpri minha missão não apenas de
informar o caos que vivemos na segurança pública, mas de mostrar como o cidadão
comum se sente, na real, diante dessa violência.
Teve gente que me ligou pra saber se eu estava bem. E estou.
Estaria melhor se pudesse acreditar que isso não vai acontecer com mais
ninguém, mas sei que não vai ser assim.
Portanto, nos resta seguir e pedir pra que Deus nos proteja,
porque só Ele olha por nós.
Obrigada a todos pelo carinho. Especialmente à Rede Paraíba
de Comunicação e aos colegas de trabalho, por todo cuidado comigo.
Paz!
Portal Carlos Magno
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