Um estudo inédito realizado por um grupo de pesquisadores da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou o Culex quinquefasciatus, uma
espécie de mosquito comum, como "potencial" transmissor do vírus da
zika, informou nesta quinta-feira o laboratório público.
A relação entre a zika e o Culex quinquefasciatus foi
estabelecida pela primeira vez depois que os cientistas constataram a presença
do vírus neste mosquito, também conhecido no Brasil como pernilongo doméstico
ou muriçoca.
Segundo relatório divulgado ontem, o Brasil registrou desde outubro do ano passado 1.709 casos de bebês com microcefalia cujas mães poderiam ter contraído zika durante a gestação
A pesquisa foi conduzida pela Fiocruz na região
metropolitana de Recife, onde a população de Culex quinquefasciatus é cerca de
20 vezes maior que a de Aedes aegypti, considerado até o momento como o único
transmissor da zika.
Os resultados preliminares das pesquisas de campo identificaram
a presença de Culex quinquefasciatus infectados naturalmente pelo vírus da zika
em três dos 80 grupos de mosquitos analisados até o momento.
"Em duas amostras o mosquito não estava alimentado,
demonstrando que o vírus estava disseminado no organismo do inseto e não em uma
alimentação recente num hospedeiro infectado", afirmou a Fiocruz em
comunicado.
A coleta dos mosquitos foi realizada em áreas onde tinham
sido notificados casos de zika nas cidades de Recife e Arcoverde.
A Fiocruz, que analisou 500 mosquitos, informou que a partir
dos dados obtidos serão necessários estudos adicionais para avaliar a potencial
participação do mosquito Culex na disseminação da zika e seu papel na epidemia
que assola o país.
"O estudo atual tem grande relevância, já que as
medidas de controle dos vetores são diferentes", resaltou a Fiocruz.
O vírus da zika mantém em alerta às autoridades sanitárias
do país desde o final do ano passado depois que vários estudos realizados
mostraram uma relação entre a doença e o aumento de casos de microcefalia no
país.
Segundo relatório divulgado ontem, o Brasil registrou desde
outubro do ano passado 1.709 casos de bebês com microcefalia cujas mães
poderiam ter contraído zika durante a gestação.
As autoridades sanitárias assinalaram que, do total de
casos, os exames de laboratório confirmaram que 267 tiveram relação direta com
a zika, segundo o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde.
No entanto, o Ministério suspeita que houve uma infecção de
zika na maior parte das mães que tiveram bebês com microcefalia, embora o
vínculo entre a doença e o vírus ainda não tenha sido plenamente confirmado –
Terra.
Portal Carlos Magno
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