O transporte público coletivo, um dos setores mais
importantes para o funcionamento da cidade, principal responsável pelo
deslocamento diário de milhares de pessoas, enfrenta uma das maiores crises da
sua história. Em Campina Grande, o
segmento é formado por uma frota de 220 ônibus, empregando mais de 3 mil
trabalhadores, entre operadores e pessoal técnico administrativo.
Pressionado pela baixa remuneração, queda acentuada de
passageiros e os crescentes custos operacionais, em Campina Grande o serviço
funciona licitado desde junho de 2015, quando o sistema foi contratado pelo
município, que garantiu aos operadores o equilíbrio econômico-financeiro do
sistema. Em contrapartida, desde então, as empresas vêm investindo na renovação
da frota e em tecnologia para oferecer conforto e mais facilidade para os seus
clientes.
Estima-se que cerca de 500 automóveis, vans e micro-ônibus estejam atuando diariamente em Campina Grande, fazendo o transporte ilegal de passageiros, além de cerca de 5 mil mototáxi não autorizados
Além da pressão provocada pelos custos operacionais, da
queda de passageiros e da defasagem tarifária, o serviço regulamentado ainda
sofre com a concorrência desleal e predatória do transporte ilegal de
passageiros, conhecido como “clandestino”, que tomou conta da cidade, reduzindo
em cerca de 50% o número de passageiros transportado pelas empresas. Estima-se que cerca de 500 automóveis, vans e
micro-ônibus estejam atuando diariamente na cidade, fazendo o transporte ilegal
de passageiros, além de cerca de 5 mil mototáxi não autorizados.
Como se não bastasse, outra preocupação das empresas é o
crescente número de assaltos e invasões dos pula-catracas, que roubam dinheiro
e objetos pessoais dos passageiros e operadores, ameaçam e espancam os
motoristas. A denúncia foi formalmente feita ao Conselho Municipal de
Segurança, na última segunda-feira (17), pelo superintendente da STTP, Félix
Neto, e por Antonino Macedo, presidente do SIMCOF, o sindicato que representa
os trabalhadores do setor.
Para Félix Neto, o transporte público coletivo, como um
serviço essencial, não pode continuar sendo penalizado. “Precisamos da PM, da
Polícia Civil e do setor de inteligência do Estado para garantir o bom
funcionamento do transporte na cidade. Não é possível mais que tenhamos a
omissão das autoridades sobre esse assunto – afirmou Félix Neto, na reunião do
CONSEG. Na mesma ocasião, o presidente do SIMCOF pediu o apoio do Conselho de
Segurança para evitar a paralisação dos motoristas, em protesto contra a
violência na cidade.
Anchieta Bernardino, Diretor Institucional do SITRANS,
entende que o transporte coletivo precisa ser visto como prioridade pelos
órgãos públicos. Na opinião dele, se faz urgente que cada esfera do Poder
Público faça sua parte para reverter a situação na tentativa de salvar o
transporte coletivo urbano, que diariamente, por diferentes razões, perde
passageiros, mesmo as empresas fazendo a parte que lhes cabe, a exemplo da
renovação da frota, capacitação e investimentos em tecnologia para agilizar o
embarque e desembarque do passageiro.
- Além de priorizar o equilíbrio econômico-financeiro, o
município precisa garantir ruas e avenidas nas condições necessárias para o
deslocamento dos ônibus; fiscalizar as faixas seletivas para o ônibus cumprir o
horário e o passageiro chegar ao seu destino no tempo previsto, argumenta o
Diretor do SITRANS.
Na visão de Anchieta Bernardino, “o transporte público
coletivo é a solução para boa parte dos problemas relacionados à mobilidade
urbana e merece receber mais atenção dos governos para combater o transporte
ilegal, a insegurança pública, e também subsidiando os custos operacionais para
reduzir a tarifa, como já acontece em várias cidades do país” – Assessoria.
Portal Carlos Magno
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