O corpo do estudante Matheus Pantuzzo Braga, de 28 anos,
ficou por quase dois meses em uma sala fria do Instituto Médico-Legal (IML) de
Curitiba, sem que ninguém o procurasse, até que uma série de postagens de um
desconhecido anunciou sua morte a família e amigos, no Facebook.
'Algum amigo que conheça a família dele? Cadê os
amigos??? Tenho uma notícia triste pra dar', dizia uma das primeiras
mensagens, postada no começo de janeiro, como resposta a uma publicação do
próprio Braga na qual ele convocava amigos a pegarem 'uma das 17 milhões
cartinhas de crianças e ser o Papai Noel delas'. O perfil que avisava, atualmente
desativado, era identificado como 'Ingestigador Marcelo'.
O corpo do estudante Matheus Pantuzzo Braga, de 28 anos, ficou por quase dois meses no IML, sem que ninguém o procurasse, até que postagens de um desconhecido anunciaram sua morte a família e amigos, no Facebook
Sem resposta, dois dias depois, nova mensagem: 'Já que
ninguém responde então vou ser direto: Matheus está morto, seu corpo
encontra-se no IML de Curitiba desde 23/12/16. IML não consegue contato com a
família. Se alguém aqui puder ajudar e avisar a família peça que entre em
contato com o IML daqui', clamava a pessoa na rede social.
Não era fake. Braga foi encontrado morto por volta das 19h
de 23 de dezembro de 2016, em um dos quartos de uma pensão na rua Francisco
Nunes, no bairro Prado Velho, na capital paranaense. Ele era natural de
Brasília e, segundo a Polícia Civil, se suicidou.
O corpo só foi reconhecido em 3 de março, por sua irmã
Fernanda, conforme registros do IML. O G1 tentou contato com ela e com outros
familiares, mas não conseguiu localizá-los.
O dono da pensão diz que o estudante ficou apenas dez dias
no local. 'Ferrou a minha vida! Agora, tá todo mundo indo embora
daqui', revolta-se o homem, que não quis se identificar, alegando que os
inquilinos têm deixado o local por causa do ocorrido.
'Eu não sei o que vou fazer a partir de agora. Esse
cara chegou, pediu um quarto e acabou com o meu sustento. Eu não tinha nada a
ver com a vida dele e ele não podia ter feito isso com a minha. Quero esquecer
toda essa história! Não tenho nada a ver com isso!', diz o homem, virando
as costas à reportagem e guardando-se de volta à casa.
Braga foi cremado em São José dos Pinhais, na Região
Metropolitana de Curitiba, no mesmo dia em que a irmã reconheceu seu corpo. A
investigação sobre o caso foi encerrada pela Polícia Civil - G1.
Portal Carlos Magno
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