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15/03/2017

ARTIGO: ||aspas||O País do Caixa 2||aspas||, por José Nivaldo Júnior, Publicitário e Membro da Academia Pernambucana de Letras


Antes de iniciar a leitura do artigo, gostaria de falar um pouco sobre o autor do Artigo que, gentilmente, o cedeu para nos brindar com tão lúcida reflexão. Zé Nivaldo é um conhecido publicitário pernambucano, responsável por campanhas publicitárias em vários estados do País - e até mesmo campanhas presidenciais, como a de Leonel Brizola.

 

O que mais chama a atenção em seus artigos é a franqueza de suas ideias e a facilidade com que Zé trata assuntos dos mais diversos. Mas falar de Caixa 2 nesta época em que vivemos no Brasil, sobretudo fazendo a referência que ele faz, colocando-nos como protagonistas da reflexão, digamos, é realista. Mas, acima de tudo, corajoso.


Zé Nivaldo é um conhecido publicitário pernambucano, responsável por campanhas publicitárias em vários estados do País ?' e até mesmo campanhas presidenciais, como a de Leonel Brizola

 

Pedi a Zé para publicar esta reflexão aqui neste espaço e ele, prontamente, atendeu. Espero que possa nos brindar com outras reflexões. Temos muito a aprender com você, Zé.

 

O País do Caixa 2

 

Às vezes, fico contemplando o espetáculo da vida como se fosse um espectador de teatro.

Como os nossos atores do cotidiano parecem cínicos nas redes sociais, quando posam de palmatória do mundo.

Registro de logo que não me excluo disso.

Os alvos preferenciais dos moralistas de plantão são os políticos, atualmente os grandes bodes expiatórios de todas as mazelas do País.

Nos últimos dias se colocou a questão de separar aqueles que se apropriaram de recursos não contabilizados para proveito próprio e aqueles que utilizaram deles para atividades partidárias ou eleitorais.

Parece a mesma coisa, mas não é.

A dura verdade, amigos, é que não foi a política que inventou o caixa 2. Ele chegou à política como decorrência de uma generalizada prática social.

Não conheço ninguém que contabilize todas as suas transações financeiras.

'Com recibo ou sem recibo?' Atire a primeira pedra o leitor de classe média que não foi submetido a esse dilema.

Quem de nós paga oficialmente serviços de pedreiro, pintor, encanador, vidraceiro, borracheiro?

Quem contabiliza um empréstimo a juros camaradas, a venda de um móvel de segunda mão?

Quem declara 'pelo pé' a compra ou venda de um imóvel? Sem falar nos que consomem produtos pirateados ou vão atrás de pechinchas nos 'robautos' da vida.

Quem já viveu uma campanha política sabe que nas periferias não é raro o eleitor que faz leilão do voto.

Não é o meu propósito defender nenhuma conduta ilícita. Apenas registro que elas não são privilégio do mundo da política.

O dinheiro desviado 'das escolas ou dos hospitais' também é subtraído dos cofres públicos através da generalizada sonegação do cotidiano.

Assim, da próxima vez que você omitir, dispensar ou passar por cima da nota fiscal, saiba: é caixa 2 do mesmo jeito. Ainda bem que não é crime. Pelo menos por enquanto.

 

José Nivaldo Junior

Publicitário. Da Academia Pernambucana de Letras.

 

Portal Carlos Magno



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