No depoimento ao juiz Sergio Moro, Lula disse que, antes da
Lava-Jato, estava decidido a não disputar mais eleições, mas que mudou de ideia
com o avanço das investigações. O ex-presidente é réu em cinco ações penais,
acusado de crimes como corrupção (dezessete vezes), lavagem de dinheiro (211
vezes) e tráfico de influência (quatro vezes). Pela lei, não poderá disputar o
páreo se for condenado em segunda instância.
'Depois de tudo o que está acontecendo, estou dizendo em
alto e bom som que vou querer ser candidato à Presidência da República outra
vez', declarou o petista. A afirmação foi feita depois de Moro perguntar se era
verdade que Lula teria afirmado, ao final da condução coercitiva de que foi
alvo, que conquistaria um novo mandato e se lembraria de cada agente envolvido
naquela ação. 'Não sei se disse que me lembraria de todos eles. Sinceramente.
Também não sei se disse que seria eleito em 2018.'
'Depois de tudo o que está acontecendo, estou dizendo em alto e bom som que vou querer ser candidato à Presidência da República outra vez', declarou o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva ao juiz federal Sérgio Moro
Naquela altura do depoimento, Moro listava iniciativas do
ex-presidente que poderiam soar como tentativas de intimidação de autoridades
envolvidas nas investigações do petrolão. O juiz citou ações de indenização
contra delegados e procuradores, além de uma ação criminal ajuizada contra ele
próprio, que foi considerada improcedente. Mencionou ainda o discurso no qual
Lula ameaçou prender, caso eleito presidente, aqueles que 'mentiram' sobre ele,
numa referência às denúncias de corrupção.
Questionado sobre essa ameaça, o petista disse que apenas
usara uma força de expressão. Em seguida, provocou o juiz, com quem está
empatado tecnicamente, segundo o Datafolha, nas simulações sobre o segundo
turno da próxima sucessão presidencial: 'No dia em que o senhor for candidato,
vai ter muita força de expressão no palanque'.
Quando as possíveis tentativas de intimidação da força-tarefa
da Lava-Jato ainda estavam sob discussão, o ex-presidente mandou um recado
direto ao juiz, sem citá-lo nominalmente: 'Tenho uma mágoa profunda do
vazamento das minhas conversas com a minha mulher'. A divulgação de tais
conversas, como se sabe, foi obra de Moro e acelerou o processo de impeachment
de Dilma Rousseff. O juiz perguntou o que o petista queria dizer com aquilo.
Que o tempo se encarregará de reescrever a história, respondeu o depoente -
Veja.
Portal Carlos Magno
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