Nas entrevistas que vem concedendo, sempre que é perguntado
sobre as mudanças de partido feitas por políticos paraibanos no prazo
estabelecido pela legislação eleitoral, para quem vai se candidatar a cargo
eletivo no ano que vem, o pré-candidato do PMDB ao Governo do Estado nas Eleições
2014 Veneziano Vital do Rêgo diz que nada mudou. Segundo ele, o que houve foram
acomodações de políticos que viram em outra legenda uma possibilidade maior de
eleição.
Veneziano tem defendido a tese de que houve, apenas,
mudanças de siglas, não de posturas políticas. “Quem era da situação, continuou
na situação, apenas mudando de partido por vislumbrar um cenário mais propício
à sua eleição, num partido menor, por exemplo, considerando o quociente
eleitoral. Da mesma forma ocorreu com quem era oposição, que migrou para uma
outra legenda, dentro da oposição”, diz Veneziano.
Cientista político Fábio Machado, professor da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG
A propósito desse entendimento, o Jornal da Paraíba publicou
em sua edição deste domingo uma reportagem especial mostrando a análise do
cientista político Fábio Machado, professor da Universidade Federal de Campina
Grande – UFCG sobre o assunto. Na entrevista, Fábio Machado diz ao JP que as
mudanças não vão provocar grandes repercussões na disputa para o governo em
2014.
Veja a reportagem, na íntegra:
Troca de partido não
muda cenário estadual
Cerca de 100 lideranças políticas, na Paraíba, trocaram de
partidos em 30 dias. Na lista, estão deputados federais e estaduais,
vereadores, ex-prefeitos e ex-parlamentares. Para o cientista político e
professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) Fábio Machado, os rearranjos
não vão provocar grandes repercussões na disputa para o governo em 2014, pois o
eleitor não se identifica com os partidos, mas com as personalidades políticas.
O confronto é polarizado em torno de nomes e não de
agremiações partidárias. “A preço de hoje, para efeito das eleições
majoritárias em 2014, modestamente não têm grandes repercussões estas mudanças
de partido. A grande definição será a definição da dama e do rei no xadrez da
sucessão. Como é que vai se configurar essa coligação entre o senador Cássio Cunha
Lima e o governador Ricardo Coutinho. Essa personificação no Estado é tão forte
que esses rearranjos de partidos se acomodam”, afirma Fábio.
Como os partidos são frágeis, a expectativa do eleitor, segundo
o cientista político, é saber para onde Cássio vai. “Ele vai romper com Ricardo
Coutinho, para onde os irmãos Vital do Rêgo vão, terá apoios do ex-governador
José Maranhão? O deputado Wilson Braga vai apoiar quem e o senador Cícero
Lucena vai ficar como? Isso não é patrimônio da Paraíba, mas do Brasil. Em
Pernambuco, o governador Eduardo Campos tem 80% da Assembleia Legislativa o
apoiando, ele praticamente manda no Estado. É a pura personificação”, ressalta.
Todavia, Fábio Machado pondera que, com vistas às eleições
proporcionais pode haver favorecimento das reeleições das candidaturas de deputados
federais e estaduais ou de eleições de ex-parlamentares para benefício mais
particular. “Mas que isso implique efetivamente no desenho final na
majoritária, no Estado da Paraíba, não acredito”, enfatiza o cientista político.
Do Blog Carlos Magno, com Jornal da Paraíba