O vice-líder do governo na Câmara, Darcísio Perondi
(PMDB-RS), disse nesta quinta-feira (18) que os pedidos de abertura de
impeachment do presidente Michel Temer 'serão todos rejeitados' pelo presidente
da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Junto com um grupo de 25 deputados, Perondi
passou a manhã em reuniões no Palácio do Planalto e falou à imprensa logo
depois que Temer afirmou, em pronunciamento nacional, que não renunciará ao
cargo.
'Quem propôs [o impeachment] enterrou o país e agora quer, de novo, propor o
impeachment para voltar toda aquela política que destruiu empregos, lojas,
sonhos, que piorou o Brasil. É o mesmo pessoal', disse o deputado.
Nesta quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de
inquérito para investigar o presidente Michel Temer. A medida foi tomada a
partir de depoimentos de delação premiada dos empresários Joesley Batista e
Wesley Batista, donos do grupo JBS.
Segundo reportagem do jornal O Globo, que antecipou o conteúdo dos depoimentos,
em encontro gravado em áudio por Joesley, Temer teria sugerido que se
mantivesse pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e ao
doleiro Lúcio Funaro para que estes ficassem em silêncio. Após a denúncia,
parlamentares da oposição já protocolaram pedidos de impeachment de Temer.
Perondi disse não acreditar que as denúncias possam prejudicar as votações das
reformas trabalhista e da Previdência, que tramitam no Congresso. 'A esperança
vai permanecer no coração do Congresso, e vamos votar, sim. Ainda mais com um
comandante do nível do Michel. Não tem outro que tenha mais diálogo no Brasil
do que o Michel. O Getúlio Vargas foi ditador. Quem dialoga e quem teve esse
sucesso? Não teve outro presidente com este sucesso de diálogo com o
Congresso', disse o vice-líder.
Cilada
Darcísio Perondi disse ainda que Joesley Batista 'é um moleque' que tinha
apenas um matadouro há alguns anos e que atualmente é dono 'da maior
multinacional de carnes do mundo', graças a financiamentos facilitados pelo
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante os
governos de Lula e Dilma. Segundo
Perondi, o encontro entre Temer e Joesley, no qual teria sido feita a gravação,
só ocorreu após muita insistência do empresário, que armou 'uma cilada' para o
presidente.
'Ele [Joesley] tentou por 60 dias ser recebido [pelo presidente]. Basta olhar
as agendas de telefone do Palácio. Amigos comuns pediam que ele o atendesse,
mas Michel não queria. Esse empresário, muito esperto, descobriu o telefone
particular do Michel, que é homem gentil e o atendeu e o chamou. Aí, ele
mostrou sua falta de caráter, orientada não sei por quem. Com certeza, foi uma
cilada', disse o vice-líder do governo.
De acordo com o deputado, que esteve com o presidente Temer durante boa parte
do dia, o clima no Palácio do Planalto é de 'absoluta indignação e sofrimento,
pensando no povo brasileiro, que acreditou e ainda vai continuar acreditando
neste governo reformista' - Agência Brasil.
Portal Carlos Magno
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