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11/07/2017

ARTIGO: Ano Mariano: As três gestações de Maria - por Anderson Ramalho


Estamos vivendo o ano Mariano na nossa santa Igreja católica, comemoramos neste ano de 2017 os 100 anos das aparições de Nossa Senhora em Fátima - Portugal e os 300 anos de Aparecida no Brasil. Vale lembrar que essas aparições são um chamado de Nossa amada Mãe Maria a conversão e a santidade dos filhos de Deus.

Pensar em Maria de Nazaré é justamente lembrar da Mãe de Jesus, ou seja, a Mãe de Deus. Maria é chamada no Concilio de Éfeso de 'Theotokos', que quer dizer portadora de Deus ou no sentido geral de Mãe de Deus. Este concilio de Éfeso o terceiro da Igreja católica defendeu a natureza divina do homem Jesus e combateu a heresia do Nestorianismo, essa heresia negava a maternidade divina da mãe de Jesus. Esta heresia negava a maternidade divina da mãe de Jesus. O papa Celestino delegou Cirilo para representá-lo e a tese que venceu foi que Maria era também Mãe de Deus - 'Theotokos' - ou seja, a unidade de Jesus foi garantida. Também foi decidido que nenhuma mudança no Credo Católico poderia ser feita posteriormente.



Na devoção popular Nossa Senhora é cultuada como sendo a mãe de todos os viventes, mãe de todos nós cristãos. Devemos entender que Maria teve três gestações bem distintas entre si, estas gestações remetem a missão de co-redentora de Nossa Senhora para com a humanidade.

A primeira das gestações, dizem os padres do deserto, fora no coração de Maria, pois o Espírito Santo de Deus preparara seu tabernáculo vivo primeiro na vida de oração. Jesus nunca poderia nascer de uma mulher que não fosse ávida na oração diária e suplicante. A oração da mãe de Jesus era e sempre será uma oração de humildade, aliás a palavra humildade nasce da palavra latina 'húmus', ou seja, aquele que é da terra, que se inclina. Para que o Espírito Santo toca-se o ventre de Maria, ele tocaria primeiro o coração da mulher escolhida. Nas palavras do anjo Gabriel entendemos esta relação, em Lc 1, 30 lê-se: "Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus". A graça diante de Deus só é plena através da vida orante.

A segunda gestação de Maria se dá por consequência da primeira, pois Maria é tocada pela sombra do altíssimo e germina no seu ventre a vida da verdadeira palavra de Deus, que é Jesus. Ao dizer sim ao plano de Deus entendemos a verdadeira missão de Maria de ser o Ostensório vivo, onde podemos adorar o nosso Senhor. Ao olhar Maria devemos enxergar não a mulher, mas a porta ou ponte que leva a Jesus o nosso Salvador, assim como olhamos o ostensório não enxergamos o objeto físico, mais o Deus a ser adorado.

A terceira gestação de Nossa Senhora é cercada de angustia e dor, mais mesmo assim de amor maternal. Estamos agora diante da Cruz de Cristo ao lado de Maria mãe de Jesus, estamos mais precisamente em João 19, 25-27, onde o evangelista nos presenteia com grande maestria estas palavras: "E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Cleófas, e Maria Madalena. Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa".

Prestando atenção na cena que presenciamos no evangelho de João, podemos entender a mensagem que Jesus nos revela. Jesus vê sua mãe e ao lado dela o discípulo amado que é o próprio João, ao entregar sua mãe como mãe do discípulo o próprio Cristo nos entrega sua mãe como nossa mãe. Nesse momento Maria engravida de todos os cristãos filhos de Deus. Notemos que o discípulo recebe Maria em sua casa. Quem tem Jesus como senhor e mestre, tem Sua Mãe como Mãe também.

É preciso entender que a missão de Maria santíssima é de apontar a Cruz de seu filho Jesus, dizendo para cada um de nós como o Cristo é misericordioso e humilde. Maria é santa, pois entendeu desde cedo sua missão como co-redentora na salvação do mundo. Ela entendeu tudo quando disse: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo vossa palavra" Lc 1,38. Maria engravidou primeiro no coração, pois amava a Deus na oração, depois Maria engravida no seu seio virginal do próprio Verbo de Deus que é Jesus e por ultimo Maria na Cruz engravida de nós. Recebemos a missão do discípulo que a acolhe em casa e a principal morada para Maria é nosso coração. Sejamos todos filhos também de Maria! E a tenhamos como exemplo. Assim como dizia São João Paulo II,  possamos também dizer: Totus Tuus Mariae.


Anderson Ramalho - Especialista em Ciências das Religiões e Teologia Bíblica - Pelo Seminário Diocesano de Campina Grande. Candidato a Diácono Permanente na Diocese de Campina Grande - PB

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