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30/10/2017

VEJA VÍDEO: Ricardo Stuckert faz história no fotojornalismo e conta um pouco da sua experiência ao lado de Lula


Há mais de 50 anos, o fotógrafo Roberto Stuckert, 66, chegava a Brasília para cobrir a construção e a inauguração da capital federal. Anos mais tarde, já com residência fixa na cidade, ele e o filho Ricardo, - que seguiu os passos do pai - dividiriam uma rara coincidência no currículo: Ricardo, o Stuckinha, é o fotógrafo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; já Roberto, o Stuckão, desempenhou o mesmo cargo na gestão do ex-presidente João Baptista Figueiredo, entre 1979 e 1985. E seu irmão mais novo, Roberto Filho, acompanhou a ex-presidente Dilma Rousseff. Sim Ricardo Stuckert também é o fotografo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Pai e filho são autores das duas únicas fotos oficiais de presidentes que posaram sorrindo - apenas Lula e Figueiredo toparam a imagem 'sorridente'. Além disso, ambos conheceram seus futuros 'chefes' quando trabalhavam na cobertura dos políticos antes da posse.



Foi em Brasília também que o pai de Stuckão, o fotógrafo Eduardo Roberto, decidiu fundar, na década de 70, a agência de fotojornalismo da família: a Stuckert Press, que abastecia os principais veículos jornalísticos do país com imagens do Planalto Central - até hoje em funcionamento.

Ricardo Stuckert é considerado um dos mais conceituados profissionais do fotojornalismo do país. Recentemente foi um dos premiados no Oman 1st Internacional Photography Circuit, concurso de fotografia que reuniu participantes de 45 países; ele concorreu com uma imagem de um índio Kaiapó no rio Xingu e recebeu medalha de ouro na categoria Muscat - Pessoas; imagem foi feita durante viagem à aldeia Kaiapó no Parque Nacional do Xingu, no Mato Grosso; fotografia premiada competiu com 1885 imagens e integra um livro que deve ser lançado pelo fotógrafo em 2017, que mostrará como vive hoje a população indígena do país.



Confira abaixo um bate-papo com Ricardo Stuckert:

1 - Como avalia sua experiência de viajar pelo país ao lado de um ex-presidente como o Lula? Como vc definiria essa experiência?

É uma experiência única viajar pelo Brasil com uma pessoa como o ex-presidente Lula. Ele tem algo especial, dialoga com todas as classes sociais. Esta capacidade dele se comunicar se traduz na popularidade e no carinho das pessoas por ele. Tento captar isso por meio das minhas lentes.

Lula foi o primeiro presidente operário a assumir a Presidência. Fez muito pelo nosso país. Como fotógrafo, ter a oportunidade de registrar isso tudo é um privilégio.

2 - Como é trabalhar em campos diferentes como futebol e política?

Se eu fotografo política ou futebol, eu tento passar o meu olhar sobre aquele assunto.

Os dois temas são bem parecidos na questão do tempo. Na política, o tempo é crucial. No futebol também. Às vezes um jogo é decidido se no primeiro minuto. Na política, é a mesma coisa. O tempo para fazer uma foto é curto. Tudo muda muito rápido. Política e futebol são semelhantes na rapidez dos fatos. Adoro fotografar os dois temas.

3 - Quando nasceu sua paixão pela fotografia?

Sou de uma família de fotógrafos. Depois da Primeira Guerra Mundial, meu bisavô, Eduardo Roberto Stuckert, embarcou de Lausanne, na Suíça, em direção à América do Sul, sem destino definido. Na primeira parada, encantou-se com a Paraíba e por lá ficou. Além de fotógrafo, era pintor e tradutor. Passou o primeiro ofício aos filhos, depois aos netos. É uma tradição familiar. Na minha família, entre vivos e mortos, são 33 fotógrafos.

Nasci vendo meu pai, Roberto Stuckert, com uma câmera na mão. Minha paixão pela fotografia começou muito cedo, quando eu ainda era criança. Aos 14 anos, já acompanhava meu pai. Aos 18, comecei a trabalhar no jornal O GLOBO. De lá pra cá, não parei mais.

 A fotografia é minha forma de vida, é a forma como eu vejo o mundo. Procuro  mostrar também um pouco do que aquelas pessoas que estou fotografando acreditam que, muitas vezes, é uma realidade totalmente diferente da nossa.

4 - O fotojornalismo é um campo em expansão?

Com certeza. O fotojornalismo tem este papel fundamental de documentar, de manter a memória viva dos fatos, pessoas e acontecimentos. Ele tem esse poder universal de dialogar por meio das imagens. Não precisam palavras, a imagem fala por si só.

Por meio das fotografias podemos trazer o distante para perto, podemos mostrar o mundo, ter acesso a uma realidade diferente daquela que estamos acostumados.

Eu, por exemplo, procuro passar pelas minhas fotos a emoção, o sentimento, o que eu penso, minhas ideias, minha ideologia inclusa. A fotografia é minha forma de vida, é a forma como eu vejo o mundo.

Confira mais detalhes de uma entrevista com Ricardo Stuckert no vídeo publicado ao final esta matéria.

Por Emanoel Dantas

Portal Carlos Magno


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