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14/01/2014

Romero pode ser acionado por Improbidade Administrativa por decretar recesso em Unidades de Saúde de Campina Grande


A população de Campina Grande ganhou um presente de grego da gestão do prefeito Romero Rodrigues (PSDB) entre o final do ano passado e o começo deste ano: todos os Postos de Saúde da Família da cidade entraram em “recesso”, conforme denúncias da população, confirmadas pela imprensa, que divulgou fotos das unidades fechadas com a indicação de que estavam em recesso.

 

O Ministério Público da Paraíba já averigua o “recesso” decretado pela PMCG e pode apresentar denúncia contra o prefeito por crime de Improbidade Administrativa. Pessoas que moram próximo aos Postos de Saúde e Unidades de Saúde testemunharam o recesso que o prefeito instituiu nas unidades, prejudicando milhares de campinenses que ficaram sem atendimento, de um serviço de essencial utilidade pública.
 
Unidades de Saúde de Campina entraram em recesso pela primeira vez em 20 anos
 Unidades de Saúde de Campina entraram em recesso pela primeira vez em 20 anos
 

Um dos PSFs que entraram em recesso foi o do bairro do Jardim Tavares, que conforme mostram as fotos que estão em poder do Ministério Público, se encontra totalmente abandonado, trancado a cadeado e pedaços de ferro. A moradora do bairro, Maria José dos Santos, de 49 anos, revelou que na quinta-feira, dia 02 de janeiro, às 06h30 da manhã, levou sua mãe de 82 anos ao posto, pois estava sofrendo de fortes dores no estômago, mas entrou um cadeado no portão como resposta.

 

“Tive que pagar um táxi para levar minha mãe ao Hospital de Trauma, pois o posto do meu bairro o prefeito deu férias aos funcionários”, disse ela. Já na UBSF do bairro do José Pinheiro a situação foi semelhante: cadeados, lixo acumulado dentro da unidade e total desprezo à população que procura a unidade de saúde.
 
UBSF Plínio Lemos, no José Pinheiro, também fechada
 Unidade de Saúde Plínio Lemos, no bairro de José Pinheiro, também fechada
 

Um morador do bairro, conhecido como Severino Almeida, de 65 anos, revelou que não só a prática de férias coletivas o prefeito vem aplicando aos 94 PSF´s da cidade, mas a constante falta de médicos e medicamentos tem sido um sofrimento para a comunidade. “Acordei cedinho para remarcar um atendimento e verificar minha pressão, pois não estou me sentindo bem. Fui até o PSF e o encontrei fechado. Fiquei esperando uma hora para ver se alguém aparecia e nada”, declarou Severino Almeida.

 

Ação no MP - Em entrevista à imprensa de Campina Grande um representante do Ministério Público revelou que, caso seja confirmado o recesso nas unidades de saúde da cidade será impetrada contra o prefeito Romero Rodrigues uma Ação de Improbidade Administrativa. “Caso seja configurado, dependendo da conclusão do procedimento, poderá configurar crime de Improbidade Administrativa, já que o gestor não poderia ter autorizado esse recesso”, revelou o representante do MP-PB.
 
Unidade de Saúde do Jardim Tavares, também com portões fechados
 Unidade de Saúde do Jardim Tavares, também com portões fechados
 

Emanoel Tadeu, especial para o Blog Carlos Magno