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10/03/2018

Homem acusado de matar a namorada de 17 anos com 13 facadas em teste de fidelidade seria inocentado, mas justiça reforma decisão


O Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) reformou a decisão da 2ª Vara Criminal de Cerejeiras (RO), que absolveu Ismael José da Silva da acusação de ter matado a então namorada, Jéssica Moreira Hernandes, e determinou que o réu seja julgado pelo Tribunal do Júri.

A votação da 2ª Câmara Criminal do TJ foi unânime ao aceitar o recurso do Ministério Público de Rondônia (MP-RO), que pedia que Ismael também fosse julgado por um júri popular de Cerejeiras, cidade de 17 mil habitantes a 745 km de Porto Velho, junto com seu primo, Diego de Sá Parente.

O juiz Jaires Taves Barreto havia concluído em setembro que Ismael era inocente e determinado que apenas Diego fosse a júri popular, por considerar que havia provas suficientes contra ele.



Ismael foi solto após a decisão de primeira instância, e Diego segue detido desde o crime. Foi Diego quem disse à polícia, na época do crime, que Ismael havia armado um "teste de fidelidade" para Jéssica e depois a matou.

Procurada, a advogada Shara Eugênio de Souza, que defende Ismael, disse que ainda não foi informada oficialmente da decisão. O advogado Fernando Milani e Silva, que representa Diego, afirma que a decisão do TJ reforça o posicionamento de que Diego não matou Jéssica.

Para o promotor Marcus Alexandre de Oliveira Rodrigues, as provas "demonstram que Ismael matou a adolescente Jéssica durante o teste de fidelidade, com várias facadas".

Jéssica foi morta em abril, aos 17 anos, com 13 facadas em um suposto 'teste de fidelidade' e encontrada morta na zona rural de Cerejeiras quatro dias após ter saído de casa de bicicleta.

No dia seguinte, Ismael e Diego foram presos por suspeita de envolvimento no crime. A mulher de Diego também chegou a ser presa, mas foi liberada por falta de provas.

Julgamento em 1ª instância

O MP denunciou Ismael e Diego por homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver e alegava que ambos deveriam ser julgados pelo Tribunal do Júri.

A defesa de Ismael argumentava que as provas evidenciavam que o namorado de Jéssica não cometeu o crime, e o advogado de Diego afirmou que ele só ajudou a ocultar o corpo, mas foi Ismael quem cometeu o homicídio, por ciúmes, e disse que seu cliente tinha colaborado com a polícia.

No julgamento, Barreto concluiu que Ismael era inocente e que Jéssica foi morta na casa da mãe de Diego no dia em que desapareceu, em 20 de abril, entre 8h30 e 9h. Por isso, apenas Diego deveria ir a júri popular.



As provas a favor de Ismael

Documentos e testemunhas afirmaram que Ismael estava no trabalho no horário da morte de Jéssica. Ele precisava inserir seu usuário e senha no sistema do trabalho, e extratos de movimentação do sistema mostraram que, no momento em que a adolescente foi morta, o computador estava sendo utilizado no trabalho.

Funcionários também disseram que Ismael só saiu do local após as 10h30 do dia do crime, e imagem de uma câmera de segurança próxima ao trabalho de Ismael mostrou que seu carro só deixou o local às 11h16.

Ismael também enviou uma mensagem para Jéssica às 9h35, perguntando o que ela estava fazendo. Como não obteve resposta, conversou com a mãe da adolescente e perguntou se ela foi para o hospital, já que ela havia dito horas antes que não estava bem.

As provas contra Diego

O juiz considerou que, embora Diego negue o homicídio, os indícios do crime são fortes. Conversas registradas em um aplicativo mostram que Jéssica foi até a casa da mãe dele após os dois terem combinado o encontro.

Segundo documentos e testemunhas, Diego comprou uma lona e pediu uma caminhonete emprestada. Imagem de uma câmera de segurança mostra a caminhonete, que teria transportado o corpo de Jéssica, passar às 9h33 em direção ao local em que o corpo foi encontrado.

A bolsa de Jéssica foi encontrada na caixa de gordura da residência de Diego, e laudos periciais confirmaram que o homicídio aconteceu na casa da mãe dele - mesmo local onde foram encontradas a bicicleta da garota e duas camisas sujas de sangue usadas pelo primo de Ismael.

Uma testemunha ainda afirmou que viu Jéssica na casa, conversando com Diego, antes dos dois entrarem na residência.

'Teste de fidelidade'

Diego afirmou à Polícia Civil, após ser preso, que Ismael era um namorado extremamente ciumento, estava desconfiado da infidelidade de Jéssica e o chamou para fazer um 'teste de fidelidade' com a garota.

Depois de organizarem o plano, segundo Diego, ele atraiu Jéssica para a casa da sua mãe dizendo que possuía provas de uma suposta traição de Ismael.

"Diego disse que Jéssica confessou que traiu Ismael, mas talvez ela tenha até mentido na ânsia de receber a informação dele", afirmou o delegado Rodrigo Spiça, em entrevista logo após o crime, em abril do ano passado.

"Alguma coisa que Jéssica falou despertou a ira de Ismael. Segundo Diego, após a confissão Ismael perdeu o controle. Ele estava com um pedaço de ferro na mão, entrou na cozinha e falou: 'então é isso'. Nisso a Jéssica vira, leva um golpe na cabeça e desmaia", disse o delegado.

Segundo essa versão, na sequência Ismael esfaqueou a namorada até a morte. Depois, eles embalaram o corpo em uma lona e o colocaram na carroceria de uma caminhonete. Diego ficou responsável por limpar os vestígios de sangue da casa e por se livrar da bicicleta, enquanto Ismael escondeu o cadáver, a bolsa e o celular da vítima - G1.

Portal Carlos Magno


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