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02/06/2018

Inocente e sem qualquer ligação com o crime, jovem é espancado até a morte, acusado de roubar celular em festa


O jovem de 16 anos que foi agredido até a morte em uma festa no Parque da Cidade, em Brasília, não teve relação com o roubo de celular que "motivou" o linchamento. Segundo a Polícia Civil, o crime foi praticado por um amigo do adolescente, que conseguiu fugir.

Vitor Martins Melo foi linchado por cerca de 20 pessoas e morreu no local, no último sábado (26), durante uma festa não autorizada pelo governo. Testemunhas disseram à polícia que ele teria participado de um assalto, mas a corporação diz que os depoimentos eram contraditórios.

Segundo o delegado Ataliba Neto, responsável pelo caso, o assaltante que estava com Vitor agiu sozinho - pegando o celular na bolsa de uma menina e, em seguida, fugindo em disparada. "O Vitor estava caminhando atrás. Ele foi agarrado pela própria vítima, se desvencilhou, correu e acabou perseguido pela multidão. Logo depois, foi linchado", afirma.



Nesta sexta (1º), a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão contra nove pessoas, incluindo amigos de Vítor e da jovem que teve o celular roubado. De acordo com Neto, as investigações apontam que alguns amigos do adolescente linchado foram à festa "para roubar celulares". Três desses amigos já têm passagens pela Delegacia da Criança e do Adolescente, pelo mesmo tipo de infração.

Neste sábado, o amigo que teria roubado o celular foi ouvido pela Polícia Civil, mas negou participação no crime e foi liberado. O inquérito deve ser concluído nas próximas semanas.

Agressores Impunes

Após o linchamento, os autores das agressões também roubaram roupas, celulares e documentos de Vitor, que foi deixado apenas de cueca no local do crime. Até a tarde deste sábado, nenhum responsável pelos golpes tinha sido, ao menos, identificado.

Cerca de 20 pessoas atacaram o adolescente com socos, chutes, golpes de faca e garrafadas. O pai de Vítor, Iris de Melo, afirma que o filho estudava e trabalhava, e não tinha qualquer envolvimento em atos ilícitos. Ele disse à TV Globo que os linchadores "não podem ser considerados humanos".

"Aquilo ali não é ser humano, é uma cambada de animais. Acho que nem animais fariam isso com a mesma espécie."

Durante as investigações, a polícia descobriu que Vítor e a menina que teve o celular roubado estudavam na mesma escola, e frequentavam pelo menos uma aula juntos. Em depoimento, ela disse que não conhecia o colega.

Festa Ilegal

A festa "Cala a boca e me beija", divulgada nas redes sociais, reuniu cerca de 1.500 pessoas em um estacionamento do parque. A Polícia Civil afirma que o evento não tinha autorização para ser realizada no espaço público, e que os organizadores podem responder civilmente pelo caso.

Responsável pela gestão do Parque da Cidade, a Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer do DF confirmou ao G1 e à TV Globo que o evento não tinha autorização - G1.

Portal Carlos Magno


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