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28/08/2018

Operador de parque de diversões que causou acidente ferindo 4 jovens de 16 anos diz que acelerou brinquedo sem querer


O gerente do Tecno Park, onde 4 adolescentes ficaram feridas após serem arremessadas do brinquedo Surf, disse que o operador da máquina acionou novamente o motor, sem querer, ao tentar salvar a primeira menina. Anderson Amorim disse que, ao perceber que o brinquedo não havia parado, voltou e acionou o freio. Três delas continuam internadas, duas em um hospital em Ceres, cidade onde aconteceu o acidente, e uma em Anápolis, em Goiás.

"Segundo o operador, quando caiu a primeira menina, ela foi para debaixo da nave e ele foi tirar ela, porque sabia que o brinquedo não ia frear a tempo de não esmagá-la. Nisso, ele apavorou ao invés de apertar o freio ele acionou o motor de novo", disse o gerente do parque ao G1.



Anderson disse ainda que a empresa está prestando todo o apoio às famílias das vítimas e lamenta o ocorrido. Segundo ele, o brinquedo foi avaliado por um engenheiro logo após ser montado em Ceres e recebia manutenção praticamente diária, quando os funcionários verificavam o funcionamento logo antes de abrir o parque.

"Como o parque é itinerante, estamos sempre montando e desmontando os brinquedos. Nisso, verificamos todos os parafusos, se tem alguma trinca, e ao montarmos ele nós não vimos nenhum problema. Nós lamentamos muito, mas foi um acidente. Meus três filhos andaram nesse brinquedo mais de dez vezes quando ele esteve em Itapaci", completou.

O gerente disse ainda que o tempo do parque em Ceres terminou ainda no dia do acidente. Segundo ele, com exceção do brinquedo Surf, que deve ficar no local para possíveis novas perícias, os demais já foram desmontados e estão a caminho de Brasília.

O acidente aconteceu na madrugada de domingo (26), no brinquedo Surf, que simula uma o movimento de uma prancha sobre as ondas. Ficaram feridas as adolescentes Thatiely Carvalho Evangelista, Mariane Oliveira Dias, Thalia Aparecida Pires e Isabela do Amaral Vieira, todas de 16 anos. Duas delas não sentiram a barra de segurança travar.

Thatiely foi quem se feriu com menor gravidade. Ela teve escoriações pelo corpo, ficou internada em um hospital particular, recebeu alta médica na manhã desta segunda-feira (27) e está em casa.

Thalia machucou o braço, o abdômen, teve uma fratura exposta na perna e precisou passar por uma cirurgia. Há previsão que ela tenha que passar por mais um novo procedimento no membro. Já Mariane quebrou o punho e o tornozelo. Operada, ela também deve passar por nova cirurgia. Ambas estão internadas no Hospital Ortopédico de Ceres.

Já Isabela foi a última a ser arremessada do brinquedo e tem a situação mais preocupante. Ela está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Anápolis (Huana). Ela teve um traumatismo craniano e precisou passar por uma cirurgia para retirar um dos rins por causa de uma hemorragia. Segundo a unidade, estado dela é considerado grave.

Acidente

Irmão de Isabela, o empacotador Roger do Amaral Vieira, 18, contou que viu menina "voando e caindo de cara no chão". Thalia, uma das vítimas do acidente, disse que foi no brinquedo uma vez antes e sentiu que da última vez a máquina estava em uma velocidade acima do normal.

"Da primeira vez estava normal, mas na segunda, estava rápido demais. Teve uma hora que rodou tão rápido que fui jogada para cima, caí em uma barra de ferro e desmaiei. Fui a primeira. Aí uma pessoa me puxou para eu não ser esmagada. Acho que poderia ter sido evitado", acredita.

Investigação

Logo após o acidente, o responsável pelo parque e o operador do brinquedo foram conduzidos à delegacia e prestaram depoimento. Após a oitiva, eles foram liberados. De acordo com o delegado Matheus Costa Melo, que irá investigar o caso, as vítimas serão intimadas a depor à medida em que forem liberadas do hospital.

"A princípio, o caso foi tratado como lesão corporal culposa. O brinquedo foi interditado e o parque está sendo desmontado. É fato que a barra de proteção se soltou. Mas precisamos aguardar o laudo da perícia, que já foi realizada, para saber a real causa do acidente", explicou ao G1.

O promotor de Ceres, Marcos Rios, disse que o acidente era uma "tragédia anunciada". Segundo ele, o mesmo parque precisou ser interditado em 2017 por causa de inconformidades, ficou alguns dias parado e foi reaberto.

"Na minha impressão não é obra do acaso. Existem situações como essa, que era uma tragédia anunciada. As investigações estão em andamento tanto na Polícia Civil quanto na minha promotoria. Vamos apurar as responsabilidades. Sem pressa, sem precipitação, mas estamos diante de uma situação de dolo eventual. Alguém assumiu colocar vidas humanas em risco", afirmou - G1.

Portal Carlos Magno


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