Tereza Cristina, que foi indicada por Jair Bolsonaro para ocupar o cargo de ministra da Agricultura no novo governo, disse que haverá muito espaço para debate do "polêmico" projeto que atualiza a lei sobre pesticidas agrícolas, e defendeu o texto dizendo que ele favorecerá o agronegócio.
O projeto de lei, disse ela, deverá garantir maior competitividade para os agricultores brasileiros, que poderiam ter acesso a novos e mais eficazes produtos para combater pragas e doenças no campo, já utilizados em outros países.
"Terá muito espaço de debate ainda (sobre o projeto), ele passou na comissão (na Câmara), é um assunto polêmico, mas os agrotóxicos diferentemente do que muitos dizem... a comissão especial, ela trouxe a modernização. É você dar a opção do produtor brasileiro usar as mesmas moléculas que são usadas lá fora", declarou a jornalistas.
O texto vem sendo alvo de críticas de setores da sociedade, por supostamente apressar avaliações dos agroquímicos quanto a danos ao meio ambiente e à saúde humana.
Mas a futura ministra, coordenadora da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que representa a poderosa bancada do agronegócio, nega que isso poderá acontecer, destacando que os produtos continuarão sendo avaliados pelos ministérios do Meio Ambiente, Saúde e Agricultura.
"No projeto não se fala nada mais além disso e nem tira poder de ninguém, cada (ministério) um vai estar dentro da sua casa opinando. Os três que sempre fizeram isso, a Agricultura, a Saúde através da Anvisa e o meio ambiente através do MMA", declarou.
A proposta prevê registros temporários para agroquímicos já aprovados em outros países --desde que os produtos não tenham sido liberados em um prazo de 24 meses pelos órgãos competentes no Brasil.
Segundo representantes da indústria de agroquímicos, enquanto em outros países o tempo médio para uma análise de pesticidas leva de dois a três anos, no Brasil o processo demanda em torno de oito.
A proposta, contudo, foi questionada pelo Ministério Público Federal - Reuters.
Carlos Magno