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23/04/2014

Problema no ISEA não é de pré-natal, mas de falta de médicos e até de material na UTI, aponta Conselho Regional de Medicina


Ao contrário do que disse a Prefeitura de Campina Grande para justificar o aumento extremo no número de bebês recém-nascidosmortos no Instituto de Saúde Elpídio de AlmeidaISEA, a maternidade pública municipal da cidade, o problema no ISEA é a falta de médicos suficientes para atender à demanda, não questão de pré-tatal. A denúncia é do Conselho Regional de Medicina da Paraíba – CRM-PB.


O problema foi detectado pelo órgão em recente auditoria, que constatou déficit no atual quadro de médicos da maternidade. A denúncia está publicada na edição desta quarta-feira (23) do Jornal da Paraíba, em matéria que tem como título “CRM aponta falta de médico no ISEA”. O relatório de fiscalização foi entregue ontem ao promotor da Infância e da Juventude Herbert Targino.


Déficit de médicos e até falta de material na UTI do ISEA chamaram a atenção do MP e CRM-PB


Veja a reportagem completa:


CRM aponta falta de médico no Isea


Diretora da unidade hospitalar nega problemas enumerados pelo Conselho Regional de Medicina em relatório de fiscalização


O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) constatou déficit no quadro de médicos do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), em Campina Grande. O problema foi apontado em relatório de fiscalização entregue ontem ao promotor da Infância e da Juventude, Herbert Targino.


A fiscalização na unidade hospitalar ocorreu atendendo solicitação do Ministério Público Estadual (MPE), para apurar denúncias feitas à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, apontando problemas no atendimento prestado pela maternidade. Dentre outras falhas, o CRM afirma que o quadro médico seria insuficiente para atender à demanda de cerca de 600 pacientes por mês.


Conforme o documento, a maternidade dispõe de quatro obstetras de plantão por turno, quando o ideal seria que houvesse, no mínimo, seis profissionais. Ainda em relação ao quadro de médicos, o CRM verificou que há apenas um neonatologista de plantão na sala de parto, local em que deveria haver pelo menos mais um profissional para evitar a sobrecarga de trabalho.


O relatório aponta ainda outros problemas, como ausência de plantonista na unidade de cuidados intermediários, falta de insumos na UTI neonatal, bem como a não realização de ultrassonografia durante os finais de semana. A inspeção foi realizada no final de março e antecedeu a investigação aberta pelo MPE para apurar as 45 mortes de bebês ocorridas este ano no Isea, número considerado alto e acima dos padrões nacionais.


Segundo o diretor de fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Mendonça, tais problemas já vêm sendo apontados em vistorias anteriores. “Nós sabemos que o Isea tem um número de atendimentos elevados e isso indica a necessidade de recursos humanos na mesma proporção. Apesar disso, precisamos avaliar também o conjunto, pois há problemas que se arrastam desde o pré-natal e, como não são resolvidos, acabam desaguando no Isea e nos profissionais que lá atuam”, afirmou.


Ao falar sobre o relatório, a diretora do Isea, Marta Albuquerque, disse que a maternidade já colocou um quinto obstetra de plantão e negou que não haja plantonista na unidade de cuidados intermediários. Sobre o déficit de neonatologistas, ela disse que mais profissionais não foram contratados porque não há pessoas disponíveis no mercado.


Ela também negou que não haja realização de ultrassonografias nos finais de semana e informou que os insumos que faltam na UTI neonatal já foram comprados e devem chegar hoje à maternidade. O promotor Herbert Targino disse que assim como o CRM, vai estabelecer um prazo de 30 dias para que a maternidade apresente soluções.


Veja reportagem veiculada recentemente em rede nacional mostrando o descaso no ISEA:



Do Blog Carlos Magno, com Jornal da Paraíba