Há mais de um ano fora da TV, a ex-âncora Ana Paula Padrão
falou ao Morning Show sobre a função que mais reina em seu currículo: a
experiência em bancadas de telejornal. Ana Paula disse que recusou alguns
convites para ancorar por estar focada em outros projetos, como participar de
debates e palestras e cuidar de duas empresas. “Desde que saí da TV, eu recebo
convites para voltar. Mas eu não quero mais ter compromissos diários. Se forem
diários, que sejam gravados. Bancada de jornalismo eu já não vou mais fazer”,
afirmou a apresentadora.
Sobre o papel do jornalismo como formador de opinião, Ana
Paula declarou: “Eu acho que existem notícias que merecem comentários e outras
que têm comentários exagerados.” E frisou a importância da imagem do
comentarista: “Você é visto pelos telespectadores como uma autoridade. Essa
história de ‘jornalismo isento’ é uma falácia. A nossa opinião vai influenciar
outras pessoas, por isso a gente tem que ter cuidado com o que diz.”
Jornalista Ana Paula Padrão: "jornalismo isento é uma falácia
"A ex-âncora também relembrou a interferência dos tempos da
ditadura no jornalismo brasileiro e relacionou com a política dos canais hoje
para se adequarem às empresas que os regem. “Quando tinha uma lei ditatorial
que proibia a publicação de notícias, nós publicávamos receita de bolo.
Atualmente as TVs têm empresas privadas e cada uma tem suas preferências
politicas, religiosas e econômicas e você tem que se adequar a isso. Mas isso
não é motivo para falar que o Brasil está cheio de imprensa marrom.”
Ana Paula está lançando o livro “O Amor Chegou Tarde Em
Minha Vida”, que não fala sobre o amor romântico, mas sobre o amadurecimento
como profissional e pessoal. Neste fim de semana, ela esteve na Feira do Livro
de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, para lançar o livro. “Eu falo
sobre meu amadurecimento profissional e como mulher contando histórias da minha
vida. Minha infância em Brasília, sobre quando eu morei em Londres, em Nova
York, sobre guerras que cobri.”
Apesar de ter saído da TV Globo por conta própria depois de
18 anos de contrato, Ana Paula reconheceu que lá teve uma boa escola. “Foi na
Globo que eu aprendi a ser jornalista, aprendi a tentar não errar. O problema é
que eu não gostava do horário. Porque eu me casei e não conseguia ver meu
marido. Eu estava impactava com outras mulheres angustiadas com vontade de
buscar outras coisas na vida. Algumas reclamavam que não tinham visto seus
filhos crescerem, outras queriam ter tempo para si mesmas. Eu também queria ter
isso.”
Colecionadora de emissoras, depois de abandonar a Globo, foi
para o SBT e posteriormente para a Record. Ela conta que não quis renovar seu
contrato com a TV Record depois de sua estadia de quatro anos na casa, mas está
conversando com outras emissoras. “Tem um formato na Band que se especula que
eu possa fazer. É uma competição entre cozinheiros amadores. Também conversei
com outras emissoras, mas ainda não há nada efetivamente definido.”
Sobre a Copa do Mundo que se aproxima, Ana Paula brincou que
“Vai ter Copa sim.” E completou com suas expectativas: “A essa altura, é melhor
torcer para dar certo e torcer para que nossos convidados fiquem bem. É uma
oportunidade de torcer pelo futebol. Acho também que vai ser um momento de
muito protesto. As pessoas, quando consomem mais e têm um maior conforto dentro
de suas casas, passam a exigir mais. Acho justo elas cobrarem melhores
condições na saúde e na educação. Mas também não dá para falar que são vítimas
de um político, porque quem votou nele foram elas.”
Seu ex-colega de profissão Celso Freitas participou do
programa como ouvinte e afirmou que tem saudades dela na bancada. “Celso foi o
profissional mais generoso e mais bom caráter que eu encontrei”, disse Padrão.
Elogios não faltaram também ao último patrão Silvio Santos. “Ele foi um
excelente chefe. Silvio me fez um convite num momento em que eu estava precisando
mudar minha vida. Hoje o departamento de jornalismo do SBT está funcionando bem
porque ele está lá.”
Do Blog Carlos Magno, com Jovem Pan