FELIPE BÄCHTOLD, DE PORTO ALEGRE
Em Roraima, para convencer 300 mil eleitores, os quatro
candidatos ao governo do Estado estimaram gastos máximos na campanha que,
somados, atingem R$ 27 milhões.
Isso representa uma despesa de cerca de R$ 90 para cada
voto, o mais caro do país, segundo cruzamento feito pela Folha entre os limites
de gastos das campanhas e o número local de eleitores.
Na média, cada Estado gastará R$ 17 nas campanhas a governador.
Roraima lidera, seguido pelo Distrito Federal (R$ 75 por voto) e por Alagoas
(R$ 71).
Candidato à reeleição em Roraima, o governador Chico
Rodrigues (PSB) afirma que a população local é muito “pulverizada”, em
comunidades distantes umas das outras, o que amplia as viagens e, com isso, os
gastos.
“Tem lugares que não chega rádio ou televisão. Você precisa
conhecer municípios. Tem que alugar veículos, barcos, aeronaves”, diz
Rodrigues, que estima um teto de R$ 10 milhões na campanha.
Custo do voto em todo o país, segundo ranking da Folha de São Paulo
A equipe de Angela Portela, candidata do PT com teto de
campanha fixado em R$ 15 milhões, também cita a baixa densidade demográfica
como um fator de influência nos gastos no Estado.
Portela e Rodrigues preveem gastos equivalentes aos de
governadores que tentam a reeleição em Estados bem mais populosos, como
Espírito Santo e Sergipe. No país, a média mais barata é a do Rio Grande do
Sul, com R$ 6,42 por voto.
Por regiões, o Centro-Oeste terá proporcionalmente a
campanha mais cara (R$ 45), seguido do Norte (R$ 31).
Para o cientista político Ricardo Ismael, da PUC-RJ, em
localidades do interior e de periferia, cresce a importância dos cabos
eleitorais na dinâmica das campanhas. Com o baixo desemprego e o aumento da
renda e do salário mínimo, os gastos com a remuneração de pessoal tendem a
subir na eleição.
“Quanto mais corpo a corpo, precisa de mais mão de obra para
abordar as pessoas e mobilizar”, diz Ismael.
Se todos os candidatos a governador gastarem o teto do
declarado à Justiça Eleitoral, o valor atingirá R$ 2,48 bilhões, o que
representa quase o custo médio de quatro estádios da Copa no país.
Do Blog Carlos Magno, com Folha