A imagem de duas panelas de pressão gigantes jogadas no
quintal do Restaurante Popular do Distrito dos Mecânicos em Campina Grande, que
circula na internet desde a semana passada, reflete um lado complicado do
governo do tucano Romero Rodrigues: o de uma inovação que deixou o povo de
Campina Grande sem direito à refeição diária de qualidade e a preço baixo.
Dentre os problemas por que passa a atual administração em
Campina Grande, um dos mais gritantes é o do fechamento dos dois restaurantes
populares e das cozinhas comunitárias abertas na gestão do ex-prefeito
Veneziano Vital do Rêgo. Nos locais, milhares de campinenses tinham à sua disposição,
diariamente, as três refeições diárias (café da manhã e jantar ao preço de R$
0,50 e almoço ao preço de R$ 1).
Romero assumiu o governo e, no dia seguinte, o povo ficou
sem as refeições. De início, a gestão atual tentou jogar a culpa na anterior,
afirmando que os restaurantes e as cozinhas tinham sido fechados porque, graças
a uma não prestação de contas, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Combate
à Fome havia cortado a verba de funcionamento.
Panelas de Pressão do Restaurante Popular fechado estão jogadas no quintal do prédio
Foi preciso o próprio Ministério enviar documento a Campina
Grande desmentindo a versão, mostrando que o papel do Ministério é, somente, o
de implantar os restaurantes. A manutenção, a compra dos alimentos e o
pagamento dos funcionários ficam a cargo do Município. Portanto, o dinheiro tem
que sair do Município, não do Governo Federal.
Mas eu digo que a gestão atual não reabre os restaurantes
porque, simplesmente, a prefeitura não tem condições de mantê-los funcionando.
Isso mesmo. A prefeitura de Campina não dispõe de recursos para fornecer a
comida barata que o campinense quer e precisa. Sabe por que?
Porque o dinheiro que deveria estar sendo investido nos
restaurantes está sendo pago para manter a folha de pagamento da Prefeitura, com
os seus quase três mil servidores contratados sem concurso na gestão tucana. Só
para lembrar, durante a gestão Veneziano os servidores sem concurso não passaram
de 500. Se a folha não estivesse tão inchada como está, é muito provável que
sobrasse dinheiro para essa e outras iniciativas importantes que, até hoje, são
esperadas.
Dentre estas ações está o cumprimento do Plano de Cargos, Carreira
e Remuneração da Saúde, outro grande calo da gestão tucana: ao assumir, Romero Rodrigues
cancelou o PCCR aprovado um ano e sete meses antes do final do governo Veneziano
e que vinha sendo cumprido, sob o argumento de melhorá-lo. Hoje, um ano e sete
meses depois, a Prefeitura nem paga o PCCR de Veneziano nem o novo que prometeu.
Enquanto isso, ponto para os donos de restaurante da cidade,
que longe da concorrência ‘desleal’, aproveitam o mercado livre para vender
suas quentinhas. E ponto para o Governo do Estado, que aos trancos e barrancos
vem mantendo em funcionamento um Restaurante Popular estadual que, nem de
longe, tem capacidade suficiente para atender toda a demanda da cidade.
Do Blog Carlos Magno, com Ass.Com comunicação
& Marketing