O presidente Jair Bolsonaro (PSL) encerrou entrevista
coletiva em São Paulo nesta terça-feira (11) após ser questionado sobre como
avaliava a situação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Bolsonaro já havia respondido quatro perguntas sobre a
reforma da Previdência quando foi questionado por uma repórter: "Como o
senhor avaliou as questões envolvendo o ministro Sérgio Moro. O senhor não pode
falar sobre isso presidente?"
Ele diz: "Está encerrada a entrevista, viu?
Obrigado."
Bolsonaro concedia entrevista ao lado do governador de São
Paulo, João Doria (PSDB), com quem havia se reunido antes.
Mais cedo, em Brasília, Bolsonaro e Moro se reuniram no
Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República. Após o
encontro, em nota, o ministério informou que Moro disse a Bolsonaro que a
Polícia Federal investiga a "invasão criminosa" de celulares de
juízes, procuradores e jornalistas (veja abaixo).
A reunião ocorreu após o site The Intercept ter publicado no
fim de semana reportagem com troca de mensagens atribuídas a Moro e ao
coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol.
Segundo o site, o então juiz responsável pela Lava Jato no
Paraná orientou ações e cobrou novas operações dos procuradores que atuam na
operação. As conversas aconteceram no Telegram – aplicativo de mensagens.
Moro comentou o caso na segunda-feira. Ele afirmou em uma
entrevista coletiva em Manaus (AM) que não orientou a atuação dos procuradores,
acrescentando que os trechos mencionados na reportagem, na opinião dele, não
mostram prática ilegal.
"Na verdade, já me manifestei ontem, não vi nada de
mais ali nas mensagens. O que há ali é uma invasão criminosa de celulares de
procuradores, não é? Pra mim, isso é um fato bastante grave – ter havido essa
invasão e divulgação. E, quanto ao conteúdo, no que diz respeito à minha
pessoa, não vi nada de mais", disse o ministro.
Ainda na segunda, o secretário de Comunicação da
Presidência, Fabio Wajngarten, disse que informou Bolsonaro sobre o vazamento
no domingo (9) e voltou a conversar sobre o caso com o presidente por volta das
6h30 desta segunda.
Nos dois momentos, segundo Wajngarten, Bolsonaro repetiu a
afirmação: "Nós confiamos irrestritamente no ministro Moro".
Nota
Após o encontro entre Bolsonaro e Moro, o Ministério da
Justiça e Segurança Pública divulgou nota na qual informa que o caso está sendo
investigado pela Polícia Federal:
"O ministro da
Justiça Sergio Moro esteve reunido na manhã de hoje com o presidente Jair
Bolsonaro quando falaram sobe a invasão criminosa de celulares de juízes,
procuradores e jornalistas. O ministro rechaçou a divulgação de possíveis
conversas privadas obtidas por meio ilegal e explicou que a Polícia Federal
está investigando a invasão criminosa. A conversa foi bastante tranquila. O
ministro fez todas as ponderações ao presidente, que entendeu as questões que
envolvem o caso."
Previdência
O governador João Doria (PSDB) reafirmou o seu apoio
integral à reforma da Previdência e se mostrou positivo com relação a adesão
dos outros governadores. “O fórum de governadores foi construtivo, terminou de
forma positiva. Não houve nenhuma deliberação dos governadores, mas houve um
sentimento de todos os governadores, um sentimento pela reforma da previdência,
obviamente com algumas ressalvas”.
O presidente Jair Bolsonaro disse que a adesão dos
governadores “ainda é uma interrogação dentro do parlamento, mas cada dia, como
na política, vai-se de um lado para outro”. Para ele, a reunião com o
governador João Doria foi “frutífera, oportuna e bem-vinda para o momento
crucial em que o brasil se encontra. Hoje nós estamos comemorando aqui a
Batalha de Riachuelo. A nossa Batalha de Riachuelo vai ser a reforma da
previdência” – G1.
Carlos Magno
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