O presidente Jair Bolsonaro declarou neste sábado, 15,
confiar no ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro. Mas
ponderou que “só pai e mãe” merecem 100% de confiança. Para Bolsonaro, Moro
livrou o Brasil de se tornar uma Venezuela .
As declarações foram dadas um dia depois de novos vazamentos
de conversas de Moro, quando juiz da Lava Jato em Curitiba, desta vez com o
então procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima. O conteúdo
exibido na noite de sexta-feira pelo portal The Intercept mostra o então
magistrado pedindo aos procuradores da Operação Lava Jato a elaboração de uma
nota à imprensa para responder o que classificou como “showzinho” da defesa do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O “showzinho” dos advogados teria
ocorrido após o depoimento do petista no caso do triplex do Guarujá, em São
Paulo.
Reportagem da capa de VEJA desta semana mostrou como a
atuação de Moro nos casos da Lava Jato alçou o ex-juiz ao posto de celebridade
– imagem que começa a mudar com a divulgação das mensagens. Os diálogos são
inequívocos: mostram o estabelecimento de uma relação de cooperação
incompatível com a imparcialidade exigida por lei de qualquer juiz.
Para Bolsonaro, porém, Moro foi responsável por “por buscar
uma inflexão na questão da corrupção”. Ainda na defesa de seu ministro, o
presidente afirmou que o ex-juiz “livrou o Brasil de mergulhar em uma situação
semelhante à da Venezuela”.
“Eu não sei das particularidades da vida do Moro. Eu não
frequento a casa dele. Ele não frequenta a minha casa por questão até de local
onde moram nossas famílias”, afirmou Bolsonaro. “Mas, mesmo assim, meu pai
dizia para mim: confie 100% só em mim e na mãe.”
Bolsonaro afirmou ainda que muita gente se surpreendeu com
sua decisão de demitir o general Santos Cruz. “Isso pode acontecer”, afirmou.
“Muitas vezes, você se surpreende com a separação de um casal: ‘Mas viviam tão
bem!’ Mas a gente nunca sabe qual a razão daquilo. E é bom não saber. Que cada
um seja feliz da sua maneira”, completou, sem entrar nos detalhes que
efetivamente o levaram a despedir o ministro.
O presidente tampouco mencionou a demissão do general Juarez
Aparecido de Paula Cunha da presidência dos Correios. Segundo revelou o blog
Radar, em um debate realizado na Comissão de Legislação Participativa,
comandada por deputados petistas, o general fez um discurso que agradou a
plateia composta por sindicalistas e servidores da empresa.Bolsonaro não
gostou. Demitiu o militar na sexta-feira 14 por agir agiu como “sindicalista”
contra a privatização da estatal – Estadão Conteúdo.
Carlos Magno
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