Um dia após vetar a gratuidade das bagagens em voos
domésticos, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) argumentou que o passageiro que
quiser carregar mais de dez quilos em viagens nacionais deve pagar por isso e
que o objetivo da medida é aumentar a concorrência no setor aéreo.
Bolsonaro falou com jornalistas após cerimônia de
hasteamento da bandeira nacional. O presidente afirmou que a decisão foi tomada
porque empresas menores diziam que a gratuidade seria um empecilho para elas.
“Até 10 quilos está liberado. Com todo respeito, quem fizer
uma viagem e quer levar mais de 10 quilos, se quer levar mais de 10 quilos,
pague”, ressaltou.
Bolsonaro disse ainda que sempre viajou sem malas e que acabava
pagando pelos que levavam bagagem gratuitamente. “Você está pagando R$ 500 a
passagem, eu paguei R$ 1.500. A diferença de R$ 1.000, esse é o grande problema
que nós temos”, afirmou.
Na segunda (17), ao vetar a gratuidade das bagagens em voos
domésticos, Bolsonaro apontou “razões de interesse público e violação ao devido
processo legislativo”. O prazo para sanção da MP se esgotava na segunda.
Antes de decidir vetar, Bolsonaro havia cogitado sancionar
integralmente a medida que libera 100% do capital de companhias aéreas a
empresas estrangeiras. No entanto, foi aconselhado pela equipe econômica a
vetar o trecho para estimular o aumento de competitividade do mercado.
Especialistas do setor afirmavam que a gratuidade das
bagagens impediria a entrada de empresas de baixo custo no país, em meio à
crise da Avianca, que entrou com pedido de recuperação judicial no final do ano
passado e cancelou uma série de voos no país.
A medida provisória (MP) que abre 100% do setor aéreo ao
capital estrangeiro foi apresentada pelo governo de Michel Temer e aprovada
pelo Congresso em maio. As empresas aéreas no Brasil permanecem autorizadas a
cobrar pela bagagem despachada desde dezembro de 2016, quando a Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil) editou uma resolução sobre o tema.
Os passageiros podem levar sem pagar apenas 10 kg em bagagem
de mão nas rotas nacionais.
A MP das aéreas estabeleceu que a franquia mínima de bagagem
despachada deve ser de 23 kg para as aeronaves com mais de 31 assentos. Para os
aviões menores, a franquia será de 18 kg (até 31 assentos) e de 10 kg (até 20
lugares) – FolhaPress.
Carlos Magno
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