O empresário William Wesley Lelis Vieira, que arrastou um
vendedora de balões ao tentar fugir sem pagar, no último sábado (15), disse à
Polícia Civil do Distrito Federal "que não percebeu que estava arrastando
a idosa". Em depoimento prestado nesta terça-feira (18), Vieira admitiu
que estava dirigindo a Mercedes-Benz avaliada em R$ 220 mil.
Ele afirmou que "só tinha R$ 25, por isso fechou o
vidro", disse o delegado Paulo Henrique de Almeida, que investiga o crime.
A mulher que estava no banco do carona havia pegado três balões, que custariam
R$ 30.
Ele disse que "fez uma brincadeira" ao fechar o
vidro e arrancar o carro sem pagar pelos balões, afirmou o delegado.
Os três balões que ficaram dentro do carro estavam amarrados
aos outros, que se encontravam presos ao pulso da vendedora de 63 anos. Quando
o vidro da Mercedes foi fechado, a idosa acabou arrastada por cerca de 100
metros pelo asfalto.
Marina Izidoro de Morais machucou o rosto, as pernas e os braços.
Ela foi socorrida por pessoas que passavam pelo local e levada para o hospital.
O motorista disse que quando notou que "o carro estava
muito pesado", abriu o vidro e soltou os balões.
Willian Wesley Lelis Vieira, de 34 anos, chegou à delegacia
de Taguatinga na Mercedes Benz que dirigia no sábado. A mulher que estava com
ele também prestou depoimento.
Ela tem 28 anos e, segundo o delegado Paulo Henrique de
Almeida, os dois são amigos. Vieira disse que eles estavam saindo de uma festa
quando viram a vendedora e resolveram comprar os balões.
O empresário explicou que foi ele quem sugeriu à amiga que
puxasse os balões. A mulher, que não teve o nome divulgado, também afirmou que
"era uma brincadeira".
De acordo com o que disseram à polícia, o casal pretendia
"seguir por uns 100 metros com os balões". Segundo a mulher, nenhum
dos dois percebeu que a vendedora havia sido arrastada.
A amiga teria dito "nossa, os balões estão
pesados" – e soltou os balões, afirmou o delegado.
O crime
Na segunda-feira (17), o delegado Paulo Henrique Almeida
informou que o motorista poderia ser enquadrado em até três tipos de crime:
- Lesão corporal de trânsito
- Lesão corporal com a intenção de praticar um crime
- Tentativa de homicídio
Segundo o responsável pela 12ª Delegacia de Polícia, a
mulher que estava no carro com Willian Wesley Lelis Vieira responderia como
co-autora.
Nesta terça, Almeida disse que "ainda é cedo para saber
qual crime ele [o motorista] se encaixa".
O carro de Vieira foi levado para a Delegacia de Polícia
Especializada (DPE), para perícia e o casal liberado após prestar depoimento.
O advogado Leonaldo Correia de Brito, que defende o casal,
informou que os clientes não se apresentaram antes porque estavam
"apreensivos por conta da repercussão do caso".
"Não foi questão de demorar, ele sempre se dispôs a
comparecer e colaborar com a Justiça. Agora é com o delegado."
Relembre o caso
A vendedora arrastada pelo carro contou à reportagem que o
casal pediu para comprar os balões, mas reclamou do preço. Segundo ela, eles
queriam três balões por R$ 20, mas cada um custa R$ 10 e ele não poderia
entregar um balão de graça.
Marina Izidoro de Morais disse que o motorista afirmou ter
dinheiro apenas para uma unidade.
"Comecei a separar o balão e uma mulher que estava no
banco do passageiro puxou o produto. Nesse momento, o motorista fechou o vidro
e arrancou com o veículo."
Como os balões estavam amarrados ao braço de Marina, ela
acabou sendo arrastada pelo carro e só parou quando as bexigas se soltaram
(veja vídeo acima).
Testemunhas anotaram a placa da Mercedes-Benz e avisaram à
polícia. O caso foi registrado na 21ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga Sul,
como lesão corporal. A investigação está sendo conduzida pela 12ª DP, também de
Taguatinga – G1.
Carlos Magno
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